Síndrome de irlem e dificuldades de aprendizagem

Segundo a fundação dos olhos a Síndrome de Irlem (S.I) é uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. De origem genética. Mas qual é a relação entre a síndrome de Irlen e as dificuldades de aprendizagem?

A pessoa portadora da S.I, tem uma reação exagerada aos estímulos visuais, fazendo com que a forma que o cérebro processa a luz recebida pelo olhos seja mais sensível. Isso faz com que a visão fique alterada, mesmo a pessoa não tendo absolutamente nenhum problema de acuidade visual. 

Se pararmos pra pensar que 90% da nossa aprendizagem, começa pela observação do meio, imagina só como fica difícil aprender quando seu cérebro não consegue processar aquilo que você está enxergando.

O portador da Síndrome de Irlem apresenta várias características, Algumas delas são:

  • Fotofobia;
  • Dificuldade para enxergar em papel ou fundo branco;
  • Cansaço extremo.
  • Dor de cabeça;
  • Ardência e coceira nos olhos;
  • Tem a sensação que as letras estão se mexendo
  • Costuma pular linha ou palavras durante a leitura;
  • Tem uma caligrafia ruim;
  • Dificuldade para finalizar tarefas;
  • Escrita espelhada;
  • Entre outros.

Se você reparar, muitos sintomas da Síndrome de Irlem também estão presentes em outros transtornos de aprendizagem, como na dislexia por exemplo. E é Por isso ter o diagnóstico correto é tão importante.

Vale ressaltar, que a S.I pode estar associada a uma outra comorbidade, como TDAH e dislexia. Ou não. Nesse caso é importante que a pessoa faça o tratamento adequado de todas as alterações presentes.

Diagnóstico e Tratamento

A avaliação é feito por profissionais da área da saúde e educação com certificado para aplicar o teste: pedagogo e psicopedagogo,  psicólogo, fonoaudiólogo e oftalmologista. 

Após os teste será escolhido a conduta terapêutica mais adequada para cada pessoa.

Para saber mais sobre a Síndrome de Irlem acesse o site: http://fundacaoholhos.com.br/artigos/sindrome-de-irlen-dra-marcia-guimaraes

 

  

Como ajudar a criança com TPAC?

Antes de entender como ajudar a criança com TPAC – transtorno do processamento auditivo central, precisamos entender o que é o processamento auditivo central (PAC).

O som, após ser detectado pelas células responsáveis pela audição, sofre inúmeros processos fisiológicos e cognitivos para que seja decifrado e compreendido. Assim, o conjunto de habilidades auditivas que o indivíduo necessita para interpretar o que ouve é chamado de processamento auditivo central, que é desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experiência do mundo  sonoro que aprendemos a ouvir.

Quando ouvimos um som, reconhecemos as seguintes etapas: Detecção do som, discriminação do som, reconhecimento do som, localização da fonte sonora e compreensão do som. Todos ligados a funções cerebrais, como: atenção e memória. uma simples desordem nestes processos pode fazer com que a criança não consiga interpretar ou não consiga prestar atenção já que todas essas habilidades necessitam estar organizadas e estruturadas.

Quando esse processo não funciona a criança tem o transtorno do processamento auditivo central (TPAC), ela apresenta uma dificuldade na interpretação das informações auditivas, ou seja, ela ouve bem os sons, mas na hora de interpretar os sons que ouviu ela tem dificuldade.Isso acarreta problemas na compreensão de ordens auditivas, dificuldade em se concentrar em estímulos auditivos (como conversar com outra pessoa em ambientes com barulhos), perde o foco com facilidade, e até mesmo o processo de aprendizagem fica comprometido. 

A pessoa com TPAC pode apresentar dificuldades como:

  • Dificuldade na compreensão da fala, apesar de ter audição normal.
  • Não conseguir discriminar entre dois ou mais sons.
  • Dificuldade em acompanhar a conversação em ambientes ruidosos.
  • Não saber de que lado de vem o som.
  • Dificuldade para aprender músicas e ritmos.
  • Não consegue seguir instruções orais longas.
  • Apresenta dificuldade para ler, compreender e soletrar.
  • Tem um baixo desempenho acadêmico.

Como ajudar a criança com TPAC?

Quando a criança é diagnosticada com TPAC, é necessário fazer um acompanhamento fonoaudiológico, para que as habilidades auditivas alteradas sejam trabalhadas e reabilitadas. Porém, é possível que a família e a escola usem facilitadores para ajudar essa criança a compreender melhor as ordens auditivas.

  • Quando iniciar um diálogo com a criança, certifique-se de que ela esteja olhando para você.
  • Fale mais alto, mas não grite.
  • Fale um pouco mais devagar e articule bem as palavras.
  • Repita a ordem várias vezes quando necessário.
  • Use frases mais curtas e diretas.
  • Adicione informações à fala da criança, para que ela possa aprender novas palavras.
  • No início, deixar o ambiente em que a criança vive com menos ruído ajuda.( desligar rádio ou a TV durante a conversa) ou na sala de aula pedir para o professor pedir silêncio para a turma e tentar falar de frente para o aluno durante a explicação.
  • Na escola para a criança sentar na primeira fileira de carteiras na sala de aula, de preferência no meio ( nem próximo a janela, nem próximo a porta).
  • Quando explicar algo para a criança, procure sempre olhar direto para ela e evitar ficar virando a cabeça;
  • Converse com a criança pelo menos 30 minutos por dia.
  • Conte histórias para a criança e durante a contação faça perguntas sobre os personagens ou sobre o que está acontecendo na história.
  • Fale sempre uma coisa de cada, e toda que vez que a criança perguntar algo responda.
  • Procure não rotular a criança de preguiçosa, desinteressada, tagarela, etc.
  • Compreender que a criança com transtorno do processamento auditivo central cansa mais facilmente no quesito atenção e perde pistas acústicas e com isto, não entende o que lhe é ensinado. 

Disgrafia

A disgrafia é um problema psicomotor, a qual consiste em uma dificuldade na coordenação motora dos músculos das mãos e braços. Trazendo como consequência um enorme déficit na fluência da escrita.

Crianças que sofrem com a disgrafia, apresentam grandes dificuldades em atividades que exijam o manejo das mãos. Como realizar cópias, ditados, pinturas e desenhos. E sua escrita é de difícil compreensão.

Muitas vezes a disgrafia é confundida com a dislexia, mas é válido lembrar que são transtornos de aprendizagem diferentes e que não necessariamente a pessoa que sofra de disgrafia também vai apresentar o quadro de dislexia. 

Sinais e sintomas da disgrafia

A pessoa com disgrafia têm o desenvolvimento intelectual normal, porém na hora de produzir a escrita não consegue fazer de modo aceitável (uma vez que a escrita tem como objetivo a comunicação com o outro e se ela não for bem compreendida essa comunicação será prejudicada). E  Identificar os sinais de que algo não está certo é importante para procurar a ajuda necessária o mais cedo possível.

  • Problemas de caligrafia.
  • Excesso de força no lápis ou na caneta ao escrever.
  • Troca de letras semelhantes.
  • Acréscimo ou omissão de letras.
  • Inversão da ordem das sílabas.
  • Uso inadequado de separação de sílabas.
  • Dificuldade para realizar cópias.
  • Escrita irregular no formato (pode começar escrevendo em letra bastão e terminar escrevendo em letra cursiva).
  • Desorganização na folha (começa em uma linha e termina em outra).
  • Dificuldade para segurar o lápis de forma correta.

Tratando a disgrafia

Para tratar de forma adequada a disgrafia, primeiro é necessário entender que o controle corporal do tronco, uma boa noção de tempo e espaço e uma coordenação motora fina, são precedentes importantes para o preparo da escrita. Então antes de exigir que a criança tenha uma letra cursiva toda redondinha, certifique se que você está garantindo que ela tenha um bom desenvolvimento motor global.

O tratamento da disgrafia consiste em três partes: 

Desenvolvimento psicomotor: Onde o profissional (psicopedagogo, fonoaudiólogo e quando necessário, psicomotricista) vai trabalhar os aspectos motores da criança. Como por exemplo: equilíbrio, postura corporal, coordenação viso-motora, percepção do tempo e espaço.

Desenvolvimento motor da escrita: Para trabalhar o controle motor fino, e ensinar a criança o movimento correto de segurar o lápis, o tanto de força que deve ser empenhada no papel, movimento da mão para formar as letras e palavra.

Desenvolvimento específico da grafia: Finalmente, corrigir o tamanho da letra, o respeito das margens,os erros gramaticais e a fluência da escrita.

É indicado que o processo de intervenção terapêutica seja iniciado o mais cedo possível, e o comprometimento entre terapeuta, escola e família estejam alinhados para o melhor desenvolvimento possível da correção da escrita da criança com disgrafia.

Dislexia

A dislexia é considerado um transtorno de aprendizagem, de origem neurobiológica, que afeta principalmente a habilidade de lidar com as letras. Ou seja, o cérebro, por algum motivo ainda não identificado, tem dificuldade em associar, reconhecer e decodificar os sons da língua.

É importante ressaltar, que a dislexia não tem absolutamente nada haver com deficiência intelectual, inclusive, é comum que algumas pessoas com dislexia apresentam um QI (quoeficiente de inteligência) acima da média.

Como já mencionado, esse transtorno está diretamente ligado à dificuldade de manipular os sons e as letras da nossa língua. Mas o que isso significa? Para conseguir ler e escrever bem, é necessário que a pessoa tenha a habilidade de identificar que textos são formados por frases, que são formadas por palavras, que são formadas por sílabas e que por fim, são formadas por letras.

Na dislexia, esse processo que chamamos de consciência fonológica não está bem estruturado, e como consequência, acaba atrapalhando o processo de alfabetização na leitura e escrita. Apesar da dificuldade em ler e escrever ser a queixa mais conhecida na dislexia, esse transtorno não afeta somente isso.

Sinais de Dislexia:

  • Se dispersa com facilidade;
  • Baixo nível de concentração;
  • Geralmente apresenta atraso na aquisição de fala e linguagem;
  • Dificuldade em brincar de rima;
  • Desenvolvimento motor pode estar atrasado;
  • Não gosta ou tem dificuldade em atividades como quebra cabeça, ou montar blocos;
  • Apresenta dificuldade em aprender letras e números;
  • Na fase escolar, pode ter erros padronizados na escrita, como espelhamento (b-d, p-q) e trocar letras com sons semelhantes (t-d,f-v,s-z);
  • Lentidão para copiar o conteúdo da lousa;
  • Pode ser desorganizado e perder suas coisas com facilidade;
  • Falta de interesse e dificuldade na leitura.

Tipos de Dislexia

Visual:  Pessoas com esse tipo de dislexia, apresentam dificuldades de lateralidade e noção de espaço, e bastante dificuldade da leitura, frequentemente espelha letras e números. (b – d, p – q).

Auditiva ou Fonológica: Nesse tipo de dislexia, a pessoa apresenta dificuldade em associar o fonema (som da letra) com o grafema (desenho da letra). Na dislexia fonológica, também é comum que o indivíduo apresente pouca habilidade em manipular os sons da língua, e como consequência tem dificuldade em trabalhar com rimas, aliteração, ou até mesmo separar uma palavra em partes menores. É comum encontrar erros como: trocar letras com sons parecidos (t-d, p-b, s-z, lh-nh.).

Dislexia Mista: Como o próprio nome sugere, a dislexia mista é quando a pessoa apresenta tanto características da visual como da auditiva/fonológica.

Diagnóstico e Tratamento:

A idade mais adequada para iniciar a investigação sobre qualquer transtorno de aprendizagem é depois dos 7 anos de idade. Quando a criança já estiver inserida em um ambiente escolar. Geralmente a dificuldade é observada pelo professor e junto com a família procuram especialistas: Neuropsicólogo, Psicopedagogo, Fonoaudiólogo. Para fazer a avaliação e se for necessário, começar a intervenção terapêutica. 

A Dislexia não tem cura, mas com tratamento adequado a criança tem total condição de lidar com as dificuldades escolares e seguir em frente na sua jornada.

TDAH e suas comorbidades

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico geralmente de causa genética, hereditário. Entretanto, fatores como nascimento com baixo peso, prematuridade e o uso de cigarro pela mãe durante a gestação também podem desencadeá-lo.

Os sintomas do TDAH começam a aparecer frequentemente na infância, manifestando-se durante toda a vida do indivíduo. Por se tratar de um transtorno, e não de uma doença, não tem cura, mas existe a possibilidade de tratamento.

Sintomas do TDAH

  • Excesso de energia;
  • Irritabilidade;
  • Desatenção;
  • Agitação fora de hora;
  • Dificuldade de organização;
  • Problemas de memorização;
  • Baixo rendimento escolar;
  • Dificuldade de concentração;
  • Dificuldade em esperar;
  • Inquietação;
  • Fala acelerada;
  • Na adolescência, envolvimento frequente em brigas;
  • Na vida adulta,pode apresentar insubordinação no trabalho e dependência alcoólica e/ou uso de drogas.

Tipos de TDAH

Diferente do que se acredita, nem sempre o indivíduo com TDAH é uma pessoa extremamente agitada. Tal mito faz com que pessoas que não apresentem esses sintomas não recebam o diagnóstico e tratamento eficazes, por isso é importante saber que o TDAH é dividido em três tipos:

  • Hiperativo: É caracterizado quando o sujeito apresenta uma agitação fora do comum;
  • Desatento: É caracterizado quando o sujeito perde a atenção com muita facilidade;
  • Combinado/Misto: Ocorre quando o indivíduo apresenta tanto os sintomas de hiperatividade quanto os de desatenção.

Comorbidades

É comum que os portadores do TDAH sofram de outras comorbidades associadas, como as elencadas a seguir:

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito por médicos psiquiatras e/ou neurologistas, e o tratamento é feito de acordo com as necessidades do paciente. Geralmente é necessário o uso de medicamentos e o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo.