Brincar Para Aprender ?

Alguns dizem que a infância é a melhor fase da vida, a gente acorda, brinca, estuda um pouco e depois vai se divertir de novo. Mas você sabia que brincar na verdade é uma forma de aprender?

A brincadeira na infância é algo tão importante, que o estatuto da criança e do adolescente estabeleceu que brincar, praticar esportes e se divertir é um DIREITO da criança.

O cérebro precisa de interação social, exploração do ambiente e desafios para se desenvolver. E vários estudos comprovam que apresentar esses desafios de maneira lúdica, ajuda o cérebro a reter, armazenar e memorizar as informações de forma mais rápida e efetiva. 

Ou seja, o cérebro da criança aprende brincando. As atividades sensoriais, que possibilitam o movimento do corpo e manuseio de texturas, cores, sons, cheiros e até mesmo sabores. Favorecem uma aprendizagem mais completa, pois o cérebro recebe as informações através de várias fontes diferentes.

Quais brincadeiras fazer?

Procure usar a criatividade e estimular os cinco sentidos, mas calma, não precisa ser necessariamente tudo de uma vez. Segue uma lista com algumas dicas de brincadeiras que são simples, mas um verdadeiro sucesso, tanto para aprender quanto para se divertir.

  • Massinha (estimula a coordenação motora fina)
  • Gato mia (trabalha atenção e localização auditiva)
  • Pular corda e amarelinha (auxilia noção de espaço e controle corporal)
  • Jogos de montar (muito bom para desenvolver raciocínio lógico)
  • Jogo de tabuleiro (ótima opção para ensinar sobre regras, estratégias)
  • Mímica e imitação (auxilia para a percepção de emoções e desenvolve empatia)
  • Faz de conta (como por exemplo: casinha, comidinha, fazer compras, é uma ótima atividade para aumentar o vocabulário e desenvolver a fala e a linguagem.
  • Leitura (estimula a criatividade, atenção, habilidades comunicativas, além de ser um ponto crucial para estimular a criança ser um futuro leitor.

Agora que você já entendeu que brincar nunca é somente brincar. Reserve um tempo do seu dia para se dedicar exclusivamente com seu filho, desligue as telas, guarde os eletrônicos e divirtam-se.

 

Quando o bebê começa a falar?

Quando o bebê nasce, existem várias expectativas no decorrer do seu desenvolvimento. E uma delas é: Quando o bebê começa a falar? Qual vai ser a primeira palavrinha? E o texto de hoje é para te responder essas perguntas e um pouquinho mais.

As primeiras palavrinhas, aquelas que tem realmente significado. Começam a aparecer por volta dos 12 meses de idade, porém, pode ocorrer um pouquinho antes ou um pouquinho depois. Geralmente são palavras como mama (mamãe) papa (papai), bobo (vovó). 

Mas para o bebê chegar à fase da fala, ele passa por algumas etapas, e elas são essenciais para o desenvolvimento da fala contextualizada do bebê.

Etapas que antecedem a fala

A primeira etapa é a observação: Essa observação se faz de forma visual e auditiva. O bebê começa a observar os movimentos, os gestos, os movimentos da sua boca ao falar. Escuta o som da sua voz, daquele brinquedo que faz barulho. E toda essa observação é a base da pirâmide da fala.

Em seguida vem a imitação e interação: Nessa fase, o bebê além de observar o que você está fazendo, ele também tenta te imitar e começa a interagir com você. ele já sorri quando você conversa com ele, vocaliza sons e dá gritinhos para interagir na conversa ou chamar a sua atenção.

O Terceira etapa é a compreensão: Essa etapa é muito importante, pois a o bebê começa a compreender que aquele conjunto de sons significa aquela determinada coisa. Nessa fase, se alguém chama o bebê pelo nome dele, ele será capaz de entender que estão chamando ele. Será capaz de apontar para um objeto que já foi apresentado várias vezes para ele.

Após a compreensão vem a  fase da pronúncia: Aqui é quando o bebê começa a falar as primeiras palavrinhas. E a cada dia que passa, ele aprende novos sons e novas palavras, até finalmente chegar na última etapa da fala.

Falar de igual para igual com o adulto: Essa etapa é a ponto mais alto da pirâmide, e para chegar até ela é necessário muito estímulo em cada uma das etapas anteriores. 

 

 

Síndrome de irlem e dificuldades de aprendizagem

Segundo a fundação dos olhos a Síndrome de Irlem (S.I) é uma alteração visuoperceptual, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. De origem genética. Mas qual é a relação entre a síndrome de Irlen e as dificuldades de aprendizagem?

A pessoa portadora da S.I, tem uma reação exagerada aos estímulos visuais, fazendo com que a forma que o cérebro processa a luz recebida pelo olhos seja mais sensível. Isso faz com que a visão fique alterada, mesmo a pessoa não tendo absolutamente nenhum problema de acuidade visual. 

Se pararmos pra pensar que 90% da nossa aprendizagem, começa pela observação do meio, imagina só como fica difícil aprender quando seu cérebro não consegue processar aquilo que você está enxergando.

O portador da Síndrome de Irlem apresenta várias características, Algumas delas são:

  • Fotofobia;
  • Dificuldade para enxergar em papel ou fundo branco;
  • Cansaço extremo.
  • Dor de cabeça;
  • Ardência e coceira nos olhos;
  • Tem a sensação que as letras estão se mexendo
  • Costuma pular linha ou palavras durante a leitura;
  • Tem uma caligrafia ruim;
  • Dificuldade para finalizar tarefas;
  • Escrita espelhada;
  • Entre outros.

Se você reparar, muitos sintomas da Síndrome de Irlem também estão presentes em outros transtornos de aprendizagem, como na dislexia por exemplo. E é Por isso ter o diagnóstico correto é tão importante.

Vale ressaltar, que a S.I pode estar associada a uma outra comorbidade, como TDAH e dislexia. Ou não. Nesse caso é importante que a pessoa faça o tratamento adequado de todas as alterações presentes.

Diagnóstico e Tratamento

A avaliação é feito por profissionais da área da saúde e educação com certificado para aplicar o teste: pedagogo e psicopedagogo,  psicólogo, fonoaudiólogo e oftalmologista. 

Após os teste será escolhido a conduta terapêutica mais adequada para cada pessoa.

Para saber mais sobre a Síndrome de Irlem acesse o site: http://fundacaoholhos.com.br/artigos/sindrome-de-irlen-dra-marcia-guimaraes

 

  

A diferença entre a fala e linguagem

É comum algumas pessoas acharem que fala e linguagem são a mesma coisa. Porém, apesar de parecer, cada uma tem suas características e saber sobre elas é importante para acompanhar o desenvolvimento da comunicação da criança. E é sobre esse tema que vamos falar no artigo de hoje: A diferença entre a fala e a linguagem.

A diferença entre fala e linguagem

Fala: Chamamos de fala a comunicação produzida de maneira verbal. Para  que ela ocorra de maneira eficaz, é necessário que os componentes de fala estejam funcionando bem. São eles:  Articulação da fala, coordenação motora dos órgãos da fala e fonologia.

  •  Articulação dos sons (fonética): Quando o ar sai de nossos pulmões, ele passa pela nossa laringe, movimenta as pregas vocais, e, ao chegar na nossa boca, esse ar é articulado pelos lábios, pela língua, pela bochecha, pelos dentes, pela cavidade nasal e pelo véu palatino (popularmente conhecido como “céu da boca”). Por meio dessas movimentações, somos capazes de produzir os sons e falar.
  • Coordenação de movimentos dos órgãos responsáveis pela fonação (práxis): Cada som que emitimos pela boca é produzido por um movimento diferente. Assim, quando pronunciamos um fonema (ou seja, quando pronunciamos o som de uma letra), até mesmo a quantidade de ar que soltamos faz diferença no som produzido. Para que a fala ocorra de forma correta, é necessário, então, que os órgãos responsáveis pela produção dos sons estejam se movimentando adequadamente.
  •  Fonologia (componentes de cada língua): Para que a fala de uma pessoa seja considerada eficaz, é preciso que essa pessoa seja capaz de dominar os componentes da sua língua materna. Por exemplo: entender o uso das regras gramaticais, ou produzir corretamente o som de cada letra).

Linguagem:  A linguagem inclui todo o sistema de comunicação do ser humano, seja verbal (fala) ou não verbal (vídeos, fotos, gestos, etc.). É graças a ela que conseguimos nos comunicar através de movimentos do corpo, de expressões faciais, pelo olhar, pela escrita e pela leitura. A linguagem é composta de 6 tipos de componentes: fonológicos, prosódicos, morfológicos, sintáticos, semânticos e pragmáticos.

  • Fonológicos: são os sons de uma determinada língua.
  • Prosódicos: são a entonação e a ênfase usados na transmissão da mensagem.
  • Morfológicos: é a combinação de sons para formar palavras.
  • Sintáticos: é a forma como as palavras são organizadas para formar frases.
  • Semânticos: é o significado e o sentido das palavras.
  • Pragmáticos: é o uso da linguagem, ou seja, a capacidade linguística e não linguística de se comunicar (por exemplo, uso de ironias, duplo sentido, expressões típicas de uma determinada região).

Em resumo, a fala é a nossa capacidade de nos comunicar oralmente, e a linguagem é a capacidade global de comunicação. Ou seja, a fala é uma forma de linguagem, mas a linguagem não é apenas fala.

Para saber se o seu filho está se desenvolvendo bem, é importante se atentar não apenas a fala, mas acompanhar de perto o marcos de desenvolvimento da linguagem e se for observado qualquer atraso, não hesite em procurar um fonoaudiólogo para avaliá-lo 

 

Como ajudar a criança com TPAC?

Antes de entender como ajudar a criança com TPAC – transtorno do processamento auditivo central, precisamos entender o que é o processamento auditivo central (PAC).

O som, após ser detectado pelas células responsáveis pela audição, sofre inúmeros processos fisiológicos e cognitivos para que seja decifrado e compreendido. Assim, o conjunto de habilidades auditivas que o indivíduo necessita para interpretar o que ouve é chamado de processamento auditivo central, que é desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experiência do mundo  sonoro que aprendemos a ouvir.

Quando ouvimos um som, reconhecemos as seguintes etapas: Detecção do som, discriminação do som, reconhecimento do som, localização da fonte sonora e compreensão do som. Todos ligados a funções cerebrais, como: atenção e memória. uma simples desordem nestes processos pode fazer com que a criança não consiga interpretar ou não consiga prestar atenção já que todas essas habilidades necessitam estar organizadas e estruturadas.

Quando esse processo não funciona a criança tem o transtorno do processamento auditivo central (TPAC), ela apresenta uma dificuldade na interpretação das informações auditivas, ou seja, ela ouve bem os sons, mas na hora de interpretar os sons que ouviu ela tem dificuldade.Isso acarreta problemas na compreensão de ordens auditivas, dificuldade em se concentrar em estímulos auditivos (como conversar com outra pessoa em ambientes com barulhos), perde o foco com facilidade, e até mesmo o processo de aprendizagem fica comprometido. 

A pessoa com TPAC pode apresentar dificuldades como:

  • Dificuldade na compreensão da fala, apesar de ter audição normal.
  • Não conseguir discriminar entre dois ou mais sons.
  • Dificuldade em acompanhar a conversação em ambientes ruidosos.
  • Não saber de que lado de vem o som.
  • Dificuldade para aprender músicas e ritmos.
  • Não consegue seguir instruções orais longas.
  • Apresenta dificuldade para ler, compreender e soletrar.
  • Tem um baixo desempenho acadêmico.

Como ajudar a criança com TPAC?

Quando a criança é diagnosticada com TPAC, é necessário fazer um acompanhamento fonoaudiológico, para que as habilidades auditivas alteradas sejam trabalhadas e reabilitadas. Porém, é possível que a família e a escola usem facilitadores para ajudar essa criança a compreender melhor as ordens auditivas.

  • Quando iniciar um diálogo com a criança, certifique-se de que ela esteja olhando para você.
  • Fale mais alto, mas não grite.
  • Fale um pouco mais devagar e articule bem as palavras.
  • Repita a ordem várias vezes quando necessário.
  • Use frases mais curtas e diretas.
  • Adicione informações à fala da criança, para que ela possa aprender novas palavras.
  • No início, deixar o ambiente em que a criança vive com menos ruído ajuda.( desligar rádio ou a TV durante a conversa) ou na sala de aula pedir para o professor pedir silêncio para a turma e tentar falar de frente para o aluno durante a explicação.
  • Na escola para a criança sentar na primeira fileira de carteiras na sala de aula, de preferência no meio ( nem próximo a janela, nem próximo a porta).
  • Quando explicar algo para a criança, procure sempre olhar direto para ela e evitar ficar virando a cabeça;
  • Converse com a criança pelo menos 30 minutos por dia.
  • Conte histórias para a criança e durante a contação faça perguntas sobre os personagens ou sobre o que está acontecendo na história.
  • Fale sempre uma coisa de cada, e toda que vez que a criança perguntar algo responda.
  • Procure não rotular a criança de preguiçosa, desinteressada, tagarela, etc.
  • Compreender que a criança com transtorno do processamento auditivo central cansa mais facilmente no quesito atenção e perde pistas acústicas e com isto, não entende o que lhe é ensinado.