Autismo Regressivo

Geralmente, quando falamos ou lemos sobre autismo, o mais comum é a pessoa encontrar sobre os sinais e sintomas desde recém-nascido. Como a falta de contato visual, choros e risadas inapropriados, atraso de fala, entre outros. Porém, existe o autismo onde os sinais aparecem depois que a criança já desenvolveu boa parte da suas habilidades. Chamamos esse quadro de autismo regressivo.

O que é e como acontece o autismo regressivo?

Como o nome sugere, o autismo regressivo acontece quando a criança tem um desenvolvimento normal para a idade e de repente, além dela parar de se desenvolver ela também perde as habilidades que já haviam sido adquiridas. É comum ouvir frases como: “meu filho esqueceu as palavras”, “antes ele brincava com todo mundo e agora só fica sozinho”.

Mas o que leva uma criança que estava se desenvolvendo tão bem, perder as habilidades de uma hora pra outra? A ciência ainda não descobriu uma causa única para isso, mas alguns médicos e pesquisadores acreditam que isso ocorra devido a poda neuronal que acontece entre 12 e 30 meses de vida (falando de uma forma simples,a poda neuronal é a limpeza que o cérebro faz para descartar o que não é útil, para abrir mais espaço para novas aprendizagens) aconteça de uma forma diferente nessas crianças. Gerando uma alteração nos circuitos cerebrais. 

Sinais do autismo regressivo

  • Criança estava se desenvolvendo normal e de repente para de se desenvolver;
  • Perde habilidades da fala;
  • Não faz mais contato visual;
  • Começa a brincar de maneira incomum com os brinquedos;
  • Vira um criança quieta demais ou agitada de mais;
  • Passa a ter sensibilidade sensorial que não tinha antes (se incomoda muito com sons, cheiros, toque);
  • Apresenta movimentos estereotipados;
  • Não socializa com outros adultos ou crianças.

Erros comum que acabam atrasando o diagnóstico e tratamento

Geralmente, essa regressão acontece entre 1 ano e meio e 3 anos de vida, idade onde geralmente acontece alguma mudança na vida das crianças, como por exemplo: A chegada de um irmão mais novo, começar em uma escolinha, a retirada da chupeta e o desfralde. E erroneamente os pais associam essa regressão repentina a esses fatores externos, mas é importante entender que essa criança já tem a predisposição genética para desenvolver o autismo e isso ia ocorrer mais cedo ou mais tarde.

Então ao primeiro sinal de regressão do seu filho, não exite em procurar um especialista (fonoaudiólogo, neuropediatra, psicólogo infantil) para avaliação, quanto antes for feito o diagnóstico, mais cedo será iniciado o tratamento.

Entendendo o Autismo

O Autismo, é uma condição médica, que afeta o desenvolvimento global da pessoa. O déficit na comunicação, socialização e comportamento são as principais áreas afetadas no autista, porém, cada sujeito tem a sua particularidade. Nos dias atuais sabe-se que não existe apenas um tipo de autismo e sim vários, e,  por essa razão o nome técnico para essa condição é: Transtorno do Espectro Autista (TEA).

QUAL A CAUSA DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Apesar dos constantes estudos, ainda não se sabe ao certo qual é a causa do TEA, entretanto, pesquisas apontam cada vez mais para a genética. Segundo estudo realizado em 2019 os fatores genéticos é o que mais tem se mostrado determinante para a causa do autismo, (é estimado que 97% a 99% dos casos são genéticos, sendo que, 81% é de causa hereditária).

Contudo, alguns estudos mostram que fatores ambientais, como: exposição a toxinas e medicamentos pela mãe durante a gravidez, idade avançada dos pais durante concepção, e complicações no parto e pós parto. podem ter influência significativa.

Sendo assim, podemos dizer que até o momento, estudos apontam que  a causa do autismo é uma combinação de fatores ambientais e genéticos.

TIPOS DE AUTISMO

O manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM, classifica o Transtorno do Espectro Autista em 3 subtipos:

  • Leve – O sujeito apresenta algumas limitações mas tem alta funcionalidade e consegue trabalhar, estudar e ter relacionamentos.
  • Moderado – A pessoa com grau dois tem uma média funcionalidade e precisa de um cuidado mais próximo, pode demonstrar um pouco de dificuldade em atividades do dia-a-dia como tomar banho e se vestir.
  • Severo – Tem baixa funcionalidade e grande dificuldade para se comunicar e realizar atividades comum, é comum que a pessoa com TEA grau 3 precise de apoio especializado pelo longo de sua vida.

SINTOMAS

  • Pouco contato visual, quando bebê não olha para a mãe durante a amamentação
  • Choro ininterrupto e sem motivos aparente;
  • Risada inapropriada;
  • Isolamento social;
  • Brinca de maneira incomum com os brinquedo;
  • Movimentos repetitivos com as mãos, tronco ou cabeça;
  • Hiperfoco com determinados assuntos e/ou objetos (pode gostar muito de carro, dinossauro, números);
  • Agressividade;
  • Empatia;
  • Interesse por objetos giratórios e pode ficar girando em volta de si mesmo;
  • Incômodo com estímulos sonoros;
  • Seletividade alimentar;
  • Atraso na aquisição da fala;
  • Dificuldade para entender piadas e ditados populares;
  • Não lida bem com mudanças de rotina;
  • Pode apresentar problemas de aprendizagem.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico é feito por um médico Psiquiatra ou Neurologista, apesar de ser feito por análise clínica o médico pode pedir exames de sangue, imagem e entre outros para descartar outras comorbidades.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico melhor o prognóstico do paciente, apesar do TEA não ter cura, o acompanhamento profissional precoce aumenta a qualidade de vida, independência e autonomia da pessoa autista.

O tratamento é feito com um equipe multidisciplinar que envolve: Psiquiatra e/ou neurologista,fonoaudiólogo, psicólogo, neuropsicólogo,terapeuta ocupacional, psicopedagogo, além da parceria com a família e a escola.