Como Preparar a Criança Para a Escrita

Que para escrever é necessário o movimento das mãos, todos já sabem. Mas você sabia que o preparo desse controle motor começa bem antes? O artigo de hoje é para falar justamente sobre isso: “Como preparar a criança para desenvolver a escrita”.

Como Preparar a Criança Para e Escrita

O primeiro passo é se certificar que a criança tenha controle sobre o movimento do seu próprio corpo, afinal, antes de ter domínio em segurar o lápis da forma correta é necessário que a pessoa consiga ter equilíbrio de tronco para permanecer sentado.

Segundo: Quando a criança já domina seu próprio corpo, consegue correr, pular, dançar, abaixar e levantar, é necessário estimular o movimento do seu pulso, é esse movimento que irá ajudar ela fazer os traços e desenhos da letras futuramente.

Terceiro: Trabalhar a habilidade motora fina, afinal, ela é essencial para a criança conseguir usar os seus cinco dedinhos para segurar o lápis e fazer movimentos delicados e minuciosos.

Atividades Para Preparar a Criança Para a Escrita.

Brincadeira para trabalhar o fortalecimento muscular e controle corporal

  • Escalar;
  • Pular;
  • Correr;
  • Dançar
  • Passar por debaixo da mesa, pernas e etc;
  • Amarelinha;
  • Pega-pega;
  • Chutar a bola;

Brincadeira para trabalhar a motricidade fina.

  • Passa anel;
  • Massinha de modelar;
  • Amassar papel e tentar formar uma bola;
  • Rasgar papel com as mãos e posteriormente deixar a criança usar a tesoura;
  • Pintar com os dedos e posteriormente com um pincel;
  • Pegar objetos com um prendedor de roupas
  • Abrir e fechar tampa de garrafa pet ou tirar a porca de um parafuso;
  • Fazer furos em um papel e pedir para criança colocar o lápis dentro desses furos.

Agora que você já sabe que antes de pegar o lápis  a criança precisa primeiro brincar,  reserve uma parte do seu dia e brinque com ela. Lembre-se, para que a criança alcance toda sua capacidade para aprender é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas brincadeiras.

Transtorno Específico de Linguagem

O transtorno específico de linguagem (TEL), também conhecido como distúrbio específico de linguagem. É a dificuldade persistente em adquirir e desenvolver a fala e linguagem.

Muitas vezes, o atraso de fala  é decorrente de outras comorbidades. Como: Perda auditiva, autismo, deficiência intelectual, apraxia motora de fala, má formação estrutural dos músculos da face, síndromes, falta de estímulo ambiental. Entre outros.

Porém, a pessoa com TEL não apresenta nenhuma alteração. Ou seja, ela tem todas as condições físicas e intelectuais para desenvolver a fala, mas ainda assim, ela não consegue. 

Considerando que a aquisição da linguagem oral é um fator determinante para a aprendizagem da leitura e escrita. Pode-se concluir que a criança com transtorno específico de linguagem irá apresentar enormes dificuldades na fase de alfabetização. Gerando uma sensação de fracasso escolar, ansiedade, timidez e muitas vezes a criança passa a se isolar, pois os colegas de classe tem dificuldade de entender e conversar com ela. 

Quais as Causas do Transtorno Específico de Linguagem

O TEL é uma alteração da organização linguística, ou seja, o cérebro não consegue organizar os processos necessários para formar as palavras. A ciência já sabe que a origem do transtorno é genético, mas ainda não acharam um gene determinante para o TEL.

Sinais e Sintomas:

  • Aquisição de fala atrasada;
  • Dificuldade para combinar palavras;
  • Troca os sons da fala em idade onde não deveria ocorrer mais determinadas trocas;
  • Não consegue estruturar uma frase (não sabe usar de forma adequada pronomes, verbos, preposições);
  • Inversão de sílabas nas palavras;
  • Fala ininteligível (as pessoas não conseguem entender o que ela fala);
  • Dificuldade para relatar fatos ou contar histórias;
  • Não apresenta nenhuma outra comorbidade que explique a dificuldade de fala;
  • Tem estímulos de fala no ambiente em que vive e mesmo assim não desenvolve a fala.

Diagnóstico e Tratamento.

O diagnóstico do transtorno específico de linguagem é feito através de exclusão clínica, uma vez que é necessário ter certeza que o paciente tem todas as condições para desenvolver a fala e linguagem e o profissional da área (fonoaudiólogo) possa desenvolver estratégias terapêuticas adequadas com o caso.

Frequentemente é solicitado exames como: Audiometria, bera, P300, oftalmológico, neuropsicológico, E também avaliação de outros profissionais, como: Neuropediatra, psiquiatra infantil.

Dependendo do grau do TEL, a pessoa pode conviver com algumas dificuldade durante toda a sua vida, porém, o tratamento fonoaudiológico auxilia para que a pessoa consiga melhorar o desenvolvimento da comunicação e ter o processo de alfabetização dentro do esperado para sua faixa etária.

Marco de Desenvolvimento da Linguagem

Engana-se quem acha que linguagem é apenas o ato de falar. os conceitos de comunicação vão muito além disso. O marco de desenvolvimento da  linguagem começa a partir dos primeiros dias de vida e começa bem antes da aquisição da fala. Abaixo é possível observar o desenvolvimento da linguagem durante o crescimento do bebê

Marco de Desenvolvimento da Linguagem – 1 mês de vida aos 6 anos de idade

  • 1 a 3 meses – O bebê se comunica através do choro e faz alguns sons com entonação diferente. Se acalma com a presença de pessoas que cuidam dela. Sorri e presta atenção quando falam com ele.
  • 4  a 6 meses – Começa a procurar de onde está vindo o som. Usa gritinhos para se comunicar e tenta vocalizar quando alguém está conversando com ele.
  • 7 a 11 meses – Aprende a dar tchau, apontar, bater palma. Emite sons e tenta repetir palavras.
  • 12 meses – Já sabe seu próprio nome quando alguém o chama. Começa a falar as primeiras palavrinhas, faz imitação de ações e compreende ordens simples (“manda um beijo”, dá tchau”).
  • 18 meses – Já sabe formar frases curtas e simples com 2 a 3 palavras.
  • 2 anos – Tem um vocabulário maior, com aproximadamente 300 palavras. Já faz perguntas sobre as coisas (o que é isso?). Forma frases e compreende quando estão falando.
  • 3 anos – Nessa idade as pessoas já conseguem entender tudo o que a criança fala, porém ainda apresenta bastante erros. (gramaticais, inversão de sílabas e etc.).
  • 4 anos – A criança já questiona sobre as coisas e tem capacidade de contar e inventar histórias. Porém, ainda pode apresentar erros gramaticais na fala.
  • 5 anos – Tem um vocabulário semelhante de um adulto e fala corretamente. Sem trocas gramaticais ou inversão de sílabas na fala.
  • 6 anos – Começa a ser alfabetizado e inicia o processo de aquisição de leitura e escrita.

QUANDO DEVO PROCURAR UM PROFISSIONAL PARA O MEU FILHO?

Se o seu filho já completou 1 ano e 6 meses e ainda não fala, demonstra dificuldade para compreender quando estão falando com ela ou faz pouca imitação. Chegou a hora de procurar um fonoaudiólogo para avaliar e identificar quais as causas para o atraso da fala e linguagem.

Chupeta e o Desmame Precoce

Sim! lá vamos nós falar sobre ela, a chupeta. E hoje vamos falar sobre o desmame precoce e a confusão de bicos.

O bebê nasce com a necessidade e o reflexo de sucção, afinal, isso é vital para a sobrevivência dele. Porém a sucção não serve apenas para a amamentação, como já falado aqui ela tem um efeito calmante nas crianças. Justamente por isso que elas param de chorar quando colocamos a chupeta em sua boca.

Mas o que isso tem haver com o desmame precoce? Bom, quando o bebê nasce ele ainda não tem a amamentação bem estabelecida e se antes disso acontecer a criança ter acesso livre a chupeta pode ocorrer uma confusão entre os bicos do peito e a queridinha acalmadora de bebês e ele acaba desaprendendo a sugar a mama.

Como Evitar o Desmame Precoce

Mas Erika, você ta falando para eu não dar chupeta ao meu filho? Se formos levar em consideração todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), sim. Mas eu sei que a maternidade não é fácil e a livre demanda da amamentação nem sempre acontece como nos contos de fada. Sendo assim, existe alguns recursos que você pode usar para evitar que o desmame precoce ocorra.

 

  • Espere a amamentação está estabelecida, isso acorre entre a 3 e 4 semana de vida do bebês;
  • Se a criança não gostar da chupeta, não insista;
  • Não deixe a criança muito tempo com ela e retire da boca sempre que ela dormir;
  • As vezes o bebê está com fome, então tente ofertar o peito primeiro;

 

Se o seu filho(a) apresentar sinais do tipo: está sugando pouco o peito, as mamadas estão acabando mais cedo do que de costume, o bebê começou a ter uma pegada diferente na hora de mamar ou começou a ficar agitado quando está sugando o peito. Pode ser um sinal que ele está confundindo os bicos e realmente esteja iniciando um desmame precoce, nesse caso, pare imediatamente de ofertar a chupeta e ofereça o peito em livre demanda.

 

 

A Relação Entre Consciência Fonológica e a Alfabetização

A consciência fonológica é um conjunto de habilidades que nos permite trabalhar com os sons da fala da nossa língua. É ela que nos permite identificar o tamanho das palavras ou, ainda, se elas terminam ou começam com o mesmo som.

A consciência fonológica também é responsável por nos fazer entender que frases são compostas de palavras, que, por sua vez, são constituídas de sílabas  formadas por fonemas.

FRASE – PALAVRA – SÍLABA – FONEMA

A relação entre consciência fonológica e alfabetização

 

Engana-se quem acredita que apenas o fato de uma criança conhecer todas as letras é garantia para que ela desenvolva a leitura e a escrita. De nada adianta reconhecer as letras se ela não souber manipulá-las de forma funcional. Além de identificar a letra A, a letra B e assim sucessivamente, é necessário que a criança consiga agrupar de forma adequada os sons da letra para formar palavras.Sendo assim, pode-se dizer que a consciência fonológica é um precedente de extrema importância para a aquisição da leitura escrita.

Como estimular a consciência fonológica

 

Existem brincadeiras que podem ser feitas em qualquer lugar e que ajudam muito no desenvolvimento da consciência fonológica:

  • Brincar com as onomatopeia: onomatopeias são palavras que representam o som de animais (como o “miau” dos gatos e o “au-au” dos cachorros, o bibi da buz), objetos (como o “din-don” da campainha e o “trim-trim” do telefone), e fenômenos da natureza (como o “cabrum” do trovão e o “chuááá” da chuva). Estimular a criança a brincar com as onomatopeias, imitando esses sons pode ajudá-la a perceber que cada som representa uma coisa.
  • Brincar com rimas: as rimas são palavras que terminam com o mesmo som). Ao levar a criança a brincar com as rimas, ela começa a entender que existem palavras diferentes  com sons parecidos.
  • Brincar com aliterações: a aliteração consiste na repetição de sons no início das palavras em uma frase, verso, poema etc. Uma possibilidade para brincar com as aliterações é pedir para a criança falar palavras que comecem com o mesmo som. Assim como a rima, a aliteração ajuda na percepção de sons iguais, porém em palavras diferentes.
  • Contar quantas partes tem cada palavra: essa brincadeira é importante para a criança perceber que as palavras são formadas por partes, pedaços.
  • Cantar músicas: ajuda a memorizar palavras e letras em sequência.
  • Procurar palavras dentro de uma outra palavra. Exemplo: com SAPATO, dá para escrever sapo, pato, pata, tapo, pasto).