Mutismo Seletivo

Você conhece alguma criança que consegue falar dentro de um grupo social, mas ao se deparar em situações comunicativas com pessoas fora do seu convívio ela simplesmente não fala mais nada?

Essa dificuldade tem um nome, se chama mutismo seletivo, é comum chegar dentro das clínicas de fonoaudiologia pacientes com essa queixa, com a intenção de melhorar essa dificuldade.
Mas nesse caso, a terapia com o fonoaudiólogo não será o bastante, mas afinal de contas, o que é o mutismo seletivo?

O Que é Mutismo Seletivo

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, o mutismo seletivo não é timidez, é um transtorno de ansiedade e que acomete principalmente as crianças, gerando um bloqueio emocional na hora de interagir verbalmente com pessoas fora do seu convívio social.

A fobia de falar, pode ser causada por algum trauma emocional, conviver em ambiente abusivo ou ter pais rígidos ou protetores demais, ou até mesmo fatores genéticos.

Quando Procurar Ajuda

Se a pessoa já está a mais de um mês em um ambiente social com as mesmas pessoas e ainda sim ela apresenta dificuldade de falar, é um sinal de alerta para procurar uma avaliação.

Como é Feito o Tratamento

O diagnóstico do mutismo seletivo é feito pelo psicólogo e psiquiatra, ambos irão avaliar e verificar qual a melhor abordagem.

Em alguns casos pode ser necessário a introdução de medicamentos para controle da ansiedade, mas em todos os casos é necessário sessões de psicoterapia.

Como Ajudar a Criança com Mutismo Seletivo

Além de procurar os profissionais capacitados, algumas coisas podem facilitar a vida da criança.

– Não responder de imediato uma pergunta direcionada para a criança;
– Não força-la a falar;
– Antecipar situações sociais (falar sobre o lugar e as pessoas que estarão nesse lugar e se possível, mostrar fotos e vídeos);
– Validar todo o esforço de comunicação d criança e não somente a fala;
– Estimular a independência comunicativa da criança (quando ir a padaria, pedir para a criança pedir o pão, por exemplo). Mesmo que ela se recuse de imediato, tente todos os dias, mas sem forçar a criança a falar.

E lembre-se, o mutismo seletivo não é timidez, e uma criança calada é uma criança em sofrimento, procure sempre orientação de especialistas da fala.

Transtorno Específico de Linguagem

O transtorno específico de linguagem (TEL), também conhecido como distúrbio específico de linguagem. É a dificuldade persistente em adquirir e desenvolver a fala e linguagem.

Muitas vezes, o atraso de fala  é decorrente de outras comorbidades. Como: Perda auditiva, autismo, deficiência intelectual, apraxia motora de fala, má formação estrutural dos músculos da face, síndromes, falta de estímulo ambiental. Entre outros.

Porém, a pessoa com TEL não apresenta nenhuma alteração. Ou seja, ela tem todas as condições físicas e intelectuais para desenvolver a fala, mas ainda assim, ela não consegue. 

Considerando que a aquisição da linguagem oral é um fator determinante para a aprendizagem da leitura e escrita. Pode-se concluir que a criança com transtorno específico de linguagem irá apresentar enormes dificuldades na fase de alfabetização. Gerando uma sensação de fracasso escolar, ansiedade, timidez e muitas vezes a criança passa a se isolar, pois os colegas de classe tem dificuldade de entender e conversar com ela. 

Quais as Causas do Transtorno Específico de Linguagem

O TEL é uma alteração da organização linguística, ou seja, o cérebro não consegue organizar os processos necessários para formar as palavras. A ciência já sabe que a origem do transtorno é genético, mas ainda não acharam um gene determinante para o TEL.

Sinais e Sintomas:

  • Aquisição de fala atrasada;
  • Dificuldade para combinar palavras;
  • Troca os sons da fala em idade onde não deveria ocorrer mais determinadas trocas;
  • Não consegue estruturar uma frase (não sabe usar de forma adequada pronomes, verbos, preposições);
  • Inversão de sílabas nas palavras;
  • Fala ininteligível (as pessoas não conseguem entender o que ela fala);
  • Dificuldade para relatar fatos ou contar histórias;
  • Não apresenta nenhuma outra comorbidade que explique a dificuldade de fala;
  • Tem estímulos de fala no ambiente em que vive e mesmo assim não desenvolve a fala.

Diagnóstico e Tratamento.

O diagnóstico do transtorno específico de linguagem é feito através de exclusão clínica, uma vez que é necessário ter certeza que o paciente tem todas as condições para desenvolver a fala e linguagem e o profissional da área (fonoaudiólogo) possa desenvolver estratégias terapêuticas adequadas com o caso.

Frequentemente é solicitado exames como: Audiometria, bera, P300, oftalmológico, neuropsicológico, E também avaliação de outros profissionais, como: Neuropediatra, psiquiatra infantil.

Dependendo do grau do TEL, a pessoa pode conviver com algumas dificuldade durante toda a sua vida, porém, o tratamento fonoaudiológico auxilia para que a pessoa consiga melhorar o desenvolvimento da comunicação e ter o processo de alfabetização dentro do esperado para sua faixa etária.

Os Benefícios da Fonoaudiologia na Deficiência Intelectual

Pessoas com Deficiência Intelectual, seja causada por um distúrbio que altera o desenvolvimento do cérebro ou de causa genética, tais como:

  • Síndrome de Down,
  • Síndrome do x frágil,
  • Paralisia Cerebral,
  • Desnutrição infantil,
  • Tumor cerebral,
  • Meningite,
  • Rubéola;
  • Prematuridade;
  • Uso de bebidas alcoólicas, cigarro ou entorpecentes pela mãe durante a gestação,
  • entre tantos outros.

Apresentam déficits relacionado as habilidades cognitivas. Entre elas encontra-se alteração no desenvolvimento da fala e linguagem.

Levando em consideração que esses dois requisitos são os principais meios de socialização e interação com o outro, a intervenção fonoaudiológica é de extrema importância e pode acrescentar uma melhor qualidade de vida para para esses indivíduos.

INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

O principal objetivo da terapia é desenvolver a capacidade de comunicação desses pacientes, sendo importante lembrar que cada caso tem uma resposta diferente do outro.

Nos graus mais leve, é possível que o paciente alcance a comunicação oralizada. Porém, nos casos mais severos, muitas vezes a pessoa com deficiência intelectual não consegue alcançar a comunicação oral de forma efetiva e funcional. Logo, a terapia visa o uso de comunicação alternativa.

 

OPÇÕES DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

 

  • Mimica e gestos
  • Imagens e/ou fotos;
  • Expressões faciais e corporais;
  • Objetos concretos e miniaturas;
  • Figuras de ações sequenciais;
  • Cartões de comunicação;

 

 

 

Dessa forma, concluímos que o papel da fonoaudiologia é essencial para contribuir nos aspectos sociais e comunicativos nos indivíduos portadores de deficiência intelectual. Bem como no aumento da sua autonomia e qualidade de vida.