Figura – Fundo Visual

A visão, parece ser uma coisa inerente ao ser humano, porém, o ato de processar o que enxergamos é uma habilidade aprendida e adquirida durante a nossa infância. O simples fato de conseguirmos perceber entre vários objetos apenas aquele que nos interessa, só é possível graças à habilidade de percepção figura-fundo visual.

Quando a capacidade de figura-fundo visual da criança em fase de alfabetização não está bem definida, ela pode apresentar dificuldades para ler e escrever. Uma vez, que para efetuar a leitura e a escrita é necessário que o cérebro seja capaz de identificar as diferenças e semelhanças entre as letras e números, bem como suas formas e tamanhos. (letra cursiva e letra de forma).

Sinais de Alteração da Percepção Figura-Fundo Visual 

  • Dificuldade em discriminar letras e números semelhantes (p-b, t-d, m-n, q-p, 6-9, 2-5);
  • Substituição, inversão ou omissão de letras (vai-via, prato – pato);
  • Se confunde com tamanho forma e espaços das letras (começa letra cursiva e termina letra de forma);
  • Dificuldade em diferenciar figuras geométricas;
  • Lentidão para aprender o nome das letras e números
  • Demora mais do que os colegas de turma para realizar cópias;
  • Não gosta de atividades que envolva leitura;
  • Pouca habilidade para atividades motoras;

Caso você já tenha lido um pouco sobre transtornos de aprendizagem e dislexia. Vai notar que muitas das características citadas também são encontradas em crianças disléxicas. Isso porque, é muito comum que pessoas com dislexia, disgrafia e discalculia também apresentam dificuldade nas habilidades visuais. 

Como Melhorar a Habilidade de Figura-Fundo Visual da Criança

Atividades e brincadeiras simples durante o dia-a-dia são capazes de estimular o processo de percepção visual. 

  • Esconder um objeto em casa e pedir para a criança procurar;
  • Desenhar formas geométricas e solicitar que a criança pinte apenas as formas circulares de amarelo e as outras de vermelho (por exemplo);
  • Jogos de blocos e encaixe;
  • Desenhar uma linha em zigue-zague e pedir para criança copiar o traço;
  • Passar miçangas pela linha;
  • Fazer vários desenhos e pedir para que circule apenas as imagens iguais;
  • Jogo dos 7 erros;
  • Escrever várias palavras certas e algumas errada e pedir para criança identificar apenas as erradas (isso quando a criança já ter idade para essa atividade);
  • Classificar objetos por categorias (Ex:papel, caneta, apontador são objetos escolares).
  • Mostrar uma cor para a criança e pedir para ela procurar pela casa tudo o que tem a mesma cor.

Lembre-se, a melhor forma de uma criança se desenvolver é através da brincadeira

Como Ajudar a Criança Com Dislexia

Para saber como ajudar a criança com dislexia, primeiro é necessário entender o que é esse transtorno de aprendizagem. A dislexia é uma alteração neurobiológica, que afeta principalmente aspectos relacionado a habilidades de leitura e escrita. Para saber sobre o assunto mais detalhado, leia o artigo “entendendo a dislexia”.

Crianças que sofrem com a dislexia, apresentam diversos dificuldades ao longo de sua vida, principalmente durante a vida escolar. E infelizmente, muitos desses alunos são tachados como preguiçosos, desinteressados, bagunceiros, entre tantos outros adjetivos depreciativos. 

A principal forma de ajudar um disléxico, é fazer o diagnóstico precocemente através de avaliação multidisciplinar: Fonoaudiólogo, psicopedagogo, neurologista e neuropsicólogo. E a partir disso, planejar estratégias específicas para cada caso.

Porém, existem formas de ajudar a criança com dislexia em casa, através de atividades e exercícios facilitadores para a aprendizagem.

Como Ajudar a Criança Com Dislexia

  1. Jogos de Tabuleiro: Disléxicos podem apresentar uma dificuldade da coordenação visual, e os jogos de tabuleiro são perfeitos para estimular essa coordenação
  2.  Caça Palavras: Uma verdadeira ginástica cerebral, o caça palavras ajuda na identificação das sílabas estimula a memória e auxilia na consciência fonológica.
  3. Jogo da Forca: Essa brincadeira antiga, estimula atenção, concentração, memória, e auxilia na leitura e escrita e ainda aumenta o vocabulário.
  4. Recursos Auditivos e Visuais: A pessoa com dislexia apresenta dificuldade em aprender lendo e escrevendo. Usar recursos como: gravador de voz, desenhar o que está aprendendo ou mesmo o apoio de um ledor. Pode facilitar bastante o processo de aprendizagem do disléxico. 
  5.  Ler em Voz Alta: Quando a criança for ler, leia o texto com ela em voz alta primeiro, isso vai ajudá-la a perceber onde ocorre as pausas e a fazer o uso correto das pontuações.
  6. Marcadores de Texto: É comum que a pessoa com dislexia se perca no texto durante a leitura, usar um marcador de texto ou mesmo uma régua para auxiliar em qual linha do texto ela está vai aumentar a habilidade de leitura.
  7. Informações Simples: Entender informações longas pode ser difícil para o disléxico, então quando for explicar algo a ele, tente ser o mais simples possível.
  8. Certifique-se que Houve Compreensão: Quando estudar com a criança, faça perguntas simples relacionada ao conteúdo estudado. Caso ela não consiga responder explique novamente. 
  9. Mude de Estratégia: Geralmente crianças com dificuldade em aprendizagem querem distância do caderno e do lápis, recursos como jogos e app podem ser um bom aliado na hora da alfabetização. Mas lembre-se.Tenha paciência: Alfabetizar uma criança com dislexia pode não ser uma tarefa fácil, mas entenda que a culpa não é da criança, com um pouco de paciência e boas estratégias a alfabetização é possível.

Como Preparar a Criança Para a Escrita

Que para escrever é necessário o movimento das mãos, todos já sabem. Mas você sabia que o preparo desse controle motor começa bem antes? O artigo de hoje é para falar justamente sobre isso: “Como preparar a criança para desenvolver a escrita”.

Como Preparar a Criança Para e Escrita

O primeiro passo é se certificar que a criança tenha controle sobre o movimento do seu próprio corpo, afinal, antes de ter domínio em segurar o lápis da forma correta é necessário que a pessoa consiga ter equilíbrio de tronco para permanecer sentado.

Segundo: Quando a criança já domina seu próprio corpo, consegue correr, pular, dançar, abaixar e levantar, é necessário estimular o movimento do seu pulso, é esse movimento que irá ajudar ela fazer os traços e desenhos da letras futuramente.

Terceiro: Trabalhar a habilidade motora fina, afinal, ela é essencial para a criança conseguir usar os seus cinco dedinhos para segurar o lápis e fazer movimentos delicados e minuciosos.

Atividades Para Preparar a Criança Para a Escrita.

Brincadeira para trabalhar o fortalecimento muscular e controle corporal

  • Escalar;
  • Pular;
  • Correr;
  • Dançar
  • Passar por debaixo da mesa, pernas e etc;
  • Amarelinha;
  • Pega-pega;
  • Chutar a bola;

Brincadeira para trabalhar a motricidade fina.

  • Passa anel;
  • Massinha de modelar;
  • Amassar papel e tentar formar uma bola;
  • Rasgar papel com as mãos e posteriormente deixar a criança usar a tesoura;
  • Pintar com os dedos e posteriormente com um pincel;
  • Pegar objetos com um prendedor de roupas
  • Abrir e fechar tampa de garrafa pet ou tirar a porca de um parafuso;
  • Fazer furos em um papel e pedir para criança colocar o lápis dentro desses furos.

Agora que você já sabe que antes de pegar o lápis  a criança precisa primeiro brincar,  reserve uma parte do seu dia e brinque com ela. Lembre-se, para que a criança alcance toda sua capacidade para aprender é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas brincadeiras.

Processo de Leitura

A leitura vai muito além de decodificar códigos e símbolos linguísticos. Na sociedade  a leitura e escrita desempenham um papel fundamental para a comunicação, e está presente em todas as partes. Desde uma marca estampada no rótulo do seu produto preferido, até os livros e jornais que você lê no final do dia.

O processo da leitura e escrita começa a partir do modo em que a criança enxerga o mundo. Quando ela tem contato com livros, textos, rótulos e até mesmo logomarcas. Ela dá início ao processo de decodificação de símbolos. 

Por exemplo: Ao enxergar o símbolo M daquela famosa rede de fast food, a criança já sabe qual lanchonete é mesmo sem saber lê, isso porque, ela associou o símbolo da marca com o seu nome. E isso é processo inicial para aquisição da leitura.

Quando a criança entra na escola, o papel do professor é ensiná-la sobre como funciona o código escrito. Apresentando as letras e os sons das mesmas, para que assim, ela possa desenvolver a capacidade de decodificar e compreender os símbolos linguísticos da sua língua.

O Processo de leitura acontece da seguinte forma:

Leitura – Decodificação – Compreensão – Interpretação.

A primeira coisa que uma pessoa faz ao ler é decodificar as letras, após isso ela agrupa esses símbolos gráficos para compreender o que está escrito e só então ela vai interpretar o que ela leu.

ESTIMULANDO A LEITURA EM CASA

O processo de aprendizagem de leitura requer treino para o seu aprimoramento, e apesar da alfabetização ser iniciada na escola. Os pais podem estimular em casa através de atividades simples durante o dia a dia.

  • Leia sempre que possível para criança e com a criança;
  • Desperte o interesse deixando que ela escolha livro;
  • Reforce com estímulos positivos toda vez que ela tentar ler ou escrever alguma coisa;
  • Brinque de recortar letras e figuras e depois as cole tentado formar palavras;
  • Se reparar que a criança está apresentando dificuldade de aprendizagem converse com o professor e estude a possibilidade de procurar profissionais especializados.

 

A Relação Entre Consciência Fonológica e a Alfabetização

A consciência fonológica é um conjunto de habilidades que nos permite trabalhar com os sons da fala da nossa língua. É ela que nos permite identificar o tamanho das palavras ou, ainda, se elas terminam ou começam com o mesmo som.

A consciência fonológica também é responsável por nos fazer entender que frases são compostas de palavras, que, por sua vez, são constituídas de sílabas  formadas por fonemas.

FRASE – PALAVRA – SÍLABA – FONEMA

A relação entre consciência fonológica e alfabetização

 

Engana-se quem acredita que apenas o fato de uma criança conhecer todas as letras é garantia para que ela desenvolva a leitura e a escrita. De nada adianta reconhecer as letras se ela não souber manipulá-las de forma funcional. Além de identificar a letra A, a letra B e assim sucessivamente, é necessário que a criança consiga agrupar de forma adequada os sons da letra para formar palavras.Sendo assim, pode-se dizer que a consciência fonológica é um precedente de extrema importância para a aquisição da leitura escrita.

Como estimular a consciência fonológica

 

Existem brincadeiras que podem ser feitas em qualquer lugar e que ajudam muito no desenvolvimento da consciência fonológica:

  • Brincar com as onomatopeia: onomatopeias são palavras que representam o som de animais (como o “miau” dos gatos e o “au-au” dos cachorros, o bibi da buz), objetos (como o “din-don” da campainha e o “trim-trim” do telefone), e fenômenos da natureza (como o “cabrum” do trovão e o “chuááá” da chuva). Estimular a criança a brincar com as onomatopeias, imitando esses sons pode ajudá-la a perceber que cada som representa uma coisa.
  • Brincar com rimas: as rimas são palavras que terminam com o mesmo som). Ao levar a criança a brincar com as rimas, ela começa a entender que existem palavras diferentes  com sons parecidos.
  • Brincar com aliterações: a aliteração consiste na repetição de sons no início das palavras em uma frase, verso, poema etc. Uma possibilidade para brincar com as aliterações é pedir para a criança falar palavras que comecem com o mesmo som. Assim como a rima, a aliteração ajuda na percepção de sons iguais, porém em palavras diferentes.
  • Contar quantas partes tem cada palavra: essa brincadeira é importante para a criança perceber que as palavras são formadas por partes, pedaços.
  • Cantar músicas: ajuda a memorizar palavras e letras em sequência.
  • Procurar palavras dentro de uma outra palavra. Exemplo: com SAPATO, dá para escrever sapo, pato, pata, tapo, pasto).