TDAH e suas comorbidades

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico geralmente de causa genética, hereditário. Entretanto, fatores como nascimento com baixo peso, prematuridade e o uso de cigarro pela mãe durante a gestação também podem desencadeá-lo.

Os sintomas do TDAH começam a aparecer frequentemente na infância, manifestando-se durante toda a vida do indivíduo. Por se tratar de um transtorno, e não de uma doença, não tem cura, mas existe a possibilidade de tratamento.

Sintomas do TDAH

  • Excesso de energia;
  • Irritabilidade;
  • Desatenção;
  • Agitação fora de hora;
  • Dificuldade de organização;
  • Problemas de memorização;
  • Baixo rendimento escolar;
  • Dificuldade de concentração;
  • Dificuldade em esperar;
  • Inquietação;
  • Fala acelerada;
  • Na adolescência, envolvimento frequente em brigas;
  • Na vida adulta,pode apresentar insubordinação no trabalho e dependência alcoólica e/ou uso de drogas.

Tipos de TDAH

Diferente do que se acredita, nem sempre o indivíduo com TDAH é uma pessoa extremamente agitada. Tal mito faz com que pessoas que não apresentem esses sintomas não recebam o diagnóstico e tratamento eficazes, por isso é importante saber que o TDAH é dividido em três tipos:

  • Hiperativo: É caracterizado quando o sujeito apresenta uma agitação fora do comum;
  • Desatento: É caracterizado quando o sujeito perde a atenção com muita facilidade;
  • Combinado/Misto: Ocorre quando o indivíduo apresenta tanto os sintomas de hiperatividade quanto os de desatenção.

Comorbidades

É comum que os portadores do TDAH sofram de outras comorbidades associadas, como as elencadas a seguir:

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é feito por médicos psiquiatras e/ou neurologistas, e o tratamento é feito de acordo com as necessidades do paciente. Geralmente é necessário o uso de medicamentos e o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo.

 

 

Transtornos de Aprendizagem

As causas mais comuns para os transtornos de aprendizagem são os danos de origem neurobiológica, as alterações cerebrais e as, intercorrências no parto. Porém, vale ressaltar que problemas ambientais como desnutrição e falta de estímulo podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos.

Hoje vamos falar um pouco sobre os transtornos mais conhecidos: 

– Dislexia;

– Disgrafia

– Discalculia.

DISLEXIA

A dislexia é um distúrbio genético que causa principalmente dificuldade na leitura e na escrita. O cérebro de uma pessoa disléxica não consegue relacionar o som das letras nem organizá-las de forma ordenada para escrever e ler as palavras. Por essa razão, trata-se de um transtorno que afeta muito a vida escolar das crianças.

Sinais de dislexia

  • Atraso ou dificuldade na fala;
  • Dificuldade de localização ou orientação espacial;
  • Confusão no uso de palavras com sons semelhantes (faca – vaca);
  • Troca de letras com sons parecidos (b – p, v – f);
  • Troca na ordem das letras; ( fraco – farco, sapato – pasato);
  • Escrita de letras e números espelhados, ou seja, ao contrário;
  • Escrita com erros ortográficos.

DISGRAFIA

A disgrafia está associada a um problema psicomotor e sua principal característica é a dificuldade na fluência da escrita, ocasionando o que é popularmente chamado de “letra de garrancho”. Muitas vezes a disgrafia é confundida com a dislexia, mas é válido lembrar que são transtornos diferentes e que não necessariamente a pessoa que sofra de um deles apresentará também o outro.

Sinais de disgrafia

  • Problemas de caligrafia;
  • Excesso de força no lápis ou na caneta ao escrever;
  • Troca de letras semelhantes;
  • Acréscimo ou omissão de letras;
  • Inversão da ordem das sílabas;
  • Uso inadequado de separação de sílabas;
  • Dificuldade para realizar cópias;
  • Escrita irregular no formato (pode começar escrevendo em letra bastão e terminar escrevendo em letra cursiva).

DISCALCULIA

A discalculia é uma alteração neurológica e sua principal característica é a dificuldade para lidar com números e cálculos. Esse transtorno pode ser causado também por um problema de percepção visual. Pessoas com discalculia frequentemente têm dificuldades em atividades nas quais é necessário manipular números.

Sinais de discalculia

  • Dificuldade para fazer contas matemáticas simples;
  • Confusão com os sinais matemáticos (+, -, x);
  • Dificuldade de orientação espacial e de lateralidade;
  • Inabilidade para contar;
  • Dificuldade com processos sequenciais (por exemplo: falar uma receita na ordem);
  • Dificuldade para identificar em uma ordem qual é o número maior e qual é o número menor.

 

Embora nenhum dos transtornos de aprendizagem acima citados tenham cura, todos eles têm tratamento. O diagnóstico geralmente é feito de forma clínica e ainda durante a infância, logo que a criança inicia seu processo de alfabetização, pois é a partir desse momento que os sinais dos transtornos ficam mais evidentes.

A intervenção multidisciplinar, aliada ao apoio da escola e dos familiares, é de extrema importância para o desenvolvimento escolar, e assim que os primeiros sintomas são notados é necessário encaminhar a criança para a avaliação e acompanhamento dos profissionais especializados (neurologista infantil, fonoaudiólogo, psicólogo e psicopedagogo).

Respiração Oral e Distúrbio de Aprendizagem

A síndrome da respiração oral trás várias consequências e hoje vamos falar um pouco sobre as influências que esse distúrbio causa na aprendizagem.

Sabe-se que para uma aprendizagem eficaz, é necessário não apenas que pessoa esteja atenta, mas também com seu foco voltado totalmente para o conteúdo em questão. Porém, uma das características da síndrome é justamente a falta de atenção e concentração. Isso acontece pelo fato da criança ter um sono pouco reparador e consequentemente sono durante o dia.

Além dos problemas que foram citados acima, é importante ressaltar que a síndrome acarreta em um desequilíbrio respiratório. Pois o portador inspira mais ar do que expira. Por consequência, aumentam as chance de desenvolver alterações como: ansiedade, inquietação, hiperatividade e agitação, assim como os problemas de aprendizagem.

 

COMO SABER SE É A RESPIRAÇÃO ORAL QUE ESTÁ ATRAPALHANDO O APRENDIZADO DA CRIANÇA

Para saber se a criança está sendo prejudicada na sua capacidade de aprendizagem é importante que os pais e professores estejam atentos a alguns fatores:

  • A criança é desatenta;
  • Perde o foco com facilidade;
  • Tem sono durante o dia;
  • Esquece rapidamente o que aprendeu;
  • É agitada;
  • Dorme de boca aberta;
  • Tem sialorreia noturna;
  • Apresenta algum hábito oral (roer unha, uso de chupeta)
  • Episódios de rinite e/ou outras doenças respiratórias de repetição;
  • Faz uso de aparelho ortodôntico;
  • Fica de boca aberta quando está prestando atenção em outra coisa;
  • Tem dificuldade mastigatória

Se a resposta for sim para mais de duas perguntas, procure um fonoaudiólogo e/ou um otorrinolaringologistas para fazer uma avaliação adequada. Quanto antes for feito o diagnóstico mais eficaz será o tratamento.

A Relação Entre Consciência Fonológica e a Alfabetização

A consciência fonológica é um conjunto de habilidades que nos permite trabalhar com os sons da fala da nossa língua. É ela que nos permite identificar o tamanho das palavras ou, ainda, se elas terminam ou começam com o mesmo som.

A consciência fonológica também é responsável por nos fazer entender que frases são compostas de palavras, que, por sua vez, são constituídas de sílabas  formadas por fonemas.

FRASE – PALAVRA – SÍLABA – FONEMA

A relação entre consciência fonológica e alfabetização

 

Engana-se quem acredita que apenas o fato de uma criança conhecer todas as letras é garantia para que ela desenvolva a leitura e a escrita. De nada adianta reconhecer as letras se ela não souber manipulá-las de forma funcional. Além de identificar a letra A, a letra B e assim sucessivamente, é necessário que a criança consiga agrupar de forma adequada os sons da letra para formar palavras.Sendo assim, pode-se dizer que a consciência fonológica é um precedente de extrema importância para a aquisição da leitura escrita.

Como estimular a consciência fonológica

 

Existem brincadeiras que podem ser feitas em qualquer lugar e que ajudam muito no desenvolvimento da consciência fonológica:

  • Brincar com as onomatopeia: onomatopeias são palavras que representam o som de animais (como o “miau” dos gatos e o “au-au” dos cachorros, o bibi da buz), objetos (como o “din-don” da campainha e o “trim-trim” do telefone), e fenômenos da natureza (como o “cabrum” do trovão e o “chuááá” da chuva). Estimular a criança a brincar com as onomatopeias, imitando esses sons pode ajudá-la a perceber que cada som representa uma coisa.
  • Brincar com rimas: as rimas são palavras que terminam com o mesmo som). Ao levar a criança a brincar com as rimas, ela começa a entender que existem palavras diferentes  com sons parecidos.
  • Brincar com aliterações: a aliteração consiste na repetição de sons no início das palavras em uma frase, verso, poema etc. Uma possibilidade para brincar com as aliterações é pedir para a criança falar palavras que comecem com o mesmo som. Assim como a rima, a aliteração ajuda na percepção de sons iguais, porém em palavras diferentes.
  • Contar quantas partes tem cada palavra: essa brincadeira é importante para a criança perceber que as palavras são formadas por partes, pedaços.
  • Cantar músicas: ajuda a memorizar palavras e letras em sequência.
  • Procurar palavras dentro de uma outra palavra. Exemplo: com SAPATO, dá para escrever sapo, pato, pata, tapo, pasto).

 

 

 

Os Benefícios da Fonoaudiologia na Deficiência Intelectual

Pessoas com Deficiência Intelectual, seja causada por um distúrbio que altera o desenvolvimento do cérebro ou de causa genética, tais como:

  • Síndrome de Down,
  • Síndrome do x frágil,
  • Paralisia Cerebral,
  • Desnutrição infantil,
  • Tumor cerebral,
  • Meningite,
  • Rubéola;
  • Prematuridade;
  • Uso de bebidas alcoólicas, cigarro ou entorpecentes pela mãe durante a gestação,
  • entre tantos outros.

Apresentam déficits relacionado as habilidades cognitivas. Entre elas encontra-se alteração no desenvolvimento da fala e linguagem.

Levando em consideração que esses dois requisitos são os principais meios de socialização e interação com o outro, a intervenção fonoaudiológica é de extrema importância e pode acrescentar uma melhor qualidade de vida para para esses indivíduos.

INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

O principal objetivo da terapia é desenvolver a capacidade de comunicação desses pacientes, sendo importante lembrar que cada caso tem uma resposta diferente do outro.

Nos graus mais leve, é possível que o paciente alcance a comunicação oralizada. Porém, nos casos mais severos, muitas vezes a pessoa com deficiência intelectual não consegue alcançar a comunicação oral de forma efetiva e funcional. Logo, a terapia visa o uso de comunicação alternativa.

 

OPÇÕES DE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA

 

  • Mimica e gestos
  • Imagens e/ou fotos;
  • Expressões faciais e corporais;
  • Objetos concretos e miniaturas;
  • Figuras de ações sequenciais;
  • Cartões de comunicação;

 

 

 

Dessa forma, concluímos que o papel da fonoaudiologia é essencial para contribuir nos aspectos sociais e comunicativos nos indivíduos portadores de deficiência intelectual. Bem como no aumento da sua autonomia e qualidade de vida.