Níveis do Desenvolvimento da Escrita

Segundo Emília Ferreiro, uma psicóloga e psicopedagoga argentina que revolucionou a educação. O processo de desenvolvimento da escrita é feita por diferentes níveis/fases, e antes mesmo de entrar na escola a criança já inicia o aprendizado da escrita.

Fases da escrita

  • Pré-Silábico;
  • Silábico;
  • Silábico-alfabético;
  • Alfabético;
  • Ortográfico.

PRÉ SILÁBICO

Nessa fase, a criança começa perceber que a escrita é usada para representar o que falamos, porém ainda não tem consciência da relação do som da fala e a letra a qual aquele som corresponde, ela usa rabisco, desenhos ou letras de forma aleatórias para representar a escrita. Nesse nível, é comum que a criança use muitas letras ou rabiscos para escrever um objeto grande e poucas letras para escrever algo pequeno.

Por exemplo: sofá é um objeto grande, então, ela utiliza muitas letras para escrever sofá. E para escrever formiga, ela escreve poucas letras por se tratar de um inseto pequeno.

 

 

SILÁBICO

Aqui, a criança passa a entender que o fonema (som) é representado por grafema (letra), e compreende que as palavras são compostas por sílabas. Nessa fase a criança usa 1 letra para representar 1 sílaba.

Por exemplo: Cavalo – CVO.

SILÁBICO ALFABÉTICO

Nesse nível a criança começa a entender que uma sílaba tem mais de um som e começa a usar mais de uma letra para escrever a sílaba, porém ainda não domina totalmente e pode “comer” algumas letras.

Por exemplo: Cavalo – Cavlo.

 

 

ALFABÉTICO

Na fase alfabético a criança já tem capacidade de compreender que cada letra é representada por um som e já escreve palavras com todas as sílabas, porém escreve da forma que fala e ocorre bastante erros gráficos.

Por Exemplo: CASA – CAZA; TOMATE – TOMATI

 

ORTOGRÁFICO

Nessa última fase, a escrita passa a ter cada vez menos erros ortográficos e a criança entende que um fonema  pode ser correspondida por mais de uma letra e vice-versa.

Exemplo: CASA se escreve com S mas tem o som de Z.

O Papel do fonoaudiólogo no processo de aquisição da escrita.

O responsável pela alfabetização é o professor, porém, o fonoaudiólogo pode trabalhar com estimulações dos aspectos da linguagem, tanto da fala quanto da escrita, auxiliando  no processo de aprendizagem da escrita.

 

                

 

 

Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC

O Processamento Auditivo Central (PAC). É um conjunto de habilidades do Sistema Nervoso Central (SNC), a qual permite o cérebro processar os estímulos auditivos recebidos pelo ouvido. E quando uma dessas habilidades trabalham de forma desordenada acontece o que chamamos de Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC).

O TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO.

A causa do TPAC pode ser de causas variada, porém, a mais comum é o fator genético e acomete tanto criança quanto adultos. Quando o PAC da pessoa não está funcionando bem, ela apresenta dificuldade na interpretação das informações auditivas, ou seja, a pessoa ouve os sons normalmente, mas tem dificuldade de interpretá-los. Afetando assim, a capacidade do individuo em compreender a fala e até mesmo o processo de aprendizagem.

O TPAC vem acompanhado de vários sintomas, e assim que observados, é importante realizar o exame do processamento auditivo central para verificar se o mesmo apresenta alguma desordem.

Sintomas do TPAC

  • Dificuldade de compreensão, apesar de ter audição normal;
  • Dificuldades em discriminar entre dois ou mais sons;
  • Dificuldade para acompanhar a conversação em ambientes ruidosos;
  • Dificuldade em localizar o som;
  • Dificuldade em aprender músicas e ritmos;
  • Solicitação constante de repetição;
  • Dificuldade em seguir instruções orais;
  • Dificuldades em ler, compreender e soletrar
  • Baixo desempenho acadêmico.
  • Geralmente apresenta atraso na aquisição da fala;

Diagnosticando o TPAC

 A avaliação do processamento auditivo é realizada por uma fonoaudiólogo, que realiza exames de audiometria e imitanciometria para verificar se a pessoa não tem nenhum problemas de acuidade auditiva. Após isso a pessoa é submetida a testes de habilidades auditiva. Esse exame é recomendado para ser feito a partir dos 7 anos.

Tratando o transtorno do processamento auditivo central

O profissional capacitado para tratar o TPAC é o fonoaudiólogo, e a partir do resultado do exame do processamento auditivo central, o profissional vai elaborar terapias voltadas para a adequação das habilidades alteradas. Esse tratamento pode ser feito em cabine acústica ou em campo.

 

 

 

Entendendo o Autismo

O Autismo, é uma condição médica, que afeta o desenvolvimento global da pessoa. O déficit na comunicação, socialização e comportamento são as principais áreas afetadas no autista, porém, cada sujeito tem a sua particularidade. Nos dias atuais sabe-se que não existe apenas um tipo de autismo e sim vários, e,  por essa razão o nome técnico para essa condição é: Transtorno do Espectro Autista (TEA).

QUAL A CAUSA DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Apesar dos constantes estudos, ainda não se sabe ao certo qual é a causa do TEA, entretanto, pesquisas apontam cada vez mais para a genética. Segundo estudo realizado em 2019 os fatores genéticos é o que mais tem se mostrado determinante para a causa do autismo, (é estimado que 97% a 99% dos casos são genéticos, sendo que, 81% é de causa hereditária).

Contudo, alguns estudos mostram que fatores ambientais, como: exposição a toxinas e medicamentos pela mãe durante a gravidez, idade avançada dos pais durante concepção, e complicações no parto e pós parto. podem ter influência significativa.

Sendo assim, podemos dizer que até o momento, estudos apontam que  a causa do autismo é uma combinação de fatores ambientais e genéticos.

TIPOS DE AUTISMO

O manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM, classifica o Transtorno do Espectro Autista em 3 subtipos:

  • Leve – O sujeito apresenta algumas limitações mas tem alta funcionalidade e consegue trabalhar, estudar e ter relacionamentos.
  • Moderado – A pessoa com grau dois tem uma média funcionalidade e precisa de um cuidado mais próximo, pode demonstrar um pouco de dificuldade em atividades do dia-a-dia como tomar banho e se vestir.
  • Severo – Tem baixa funcionalidade e grande dificuldade para se comunicar e realizar atividades comum, é comum que a pessoa com TEA grau 3 precise de apoio especializado pelo longo de sua vida.

SINTOMAS

  • Pouco contato visual, quando bebê não olha para a mãe durante a amamentação
  • Choro ininterrupto e sem motivos aparente;
  • Risada inapropriada;
  • Isolamento social;
  • Brinca de maneira incomum com os brinquedo;
  • Movimentos repetitivos com as mãos, tronco ou cabeça;
  • Hiperfoco com determinados assuntos e/ou objetos (pode gostar muito de carro, dinossauro, números);
  • Agressividade;
  • Empatia;
  • Interesse por objetos giratórios e pode ficar girando em volta de si mesmo;
  • Incômodo com estímulos sonoros;
  • Seletividade alimentar;
  • Atraso na aquisição da fala;
  • Dificuldade para entender piadas e ditados populares;
  • Não lida bem com mudanças de rotina;
  • Pode apresentar problemas de aprendizagem.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico é feito por um médico Psiquiatra ou Neurologista, apesar de ser feito por análise clínica o médico pode pedir exames de sangue, imagem e entre outros para descartar outras comorbidades.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico melhor o prognóstico do paciente, apesar do TEA não ter cura, o acompanhamento profissional precoce aumenta a qualidade de vida, independência e autonomia da pessoa autista.

O tratamento é feito com um equipe multidisciplinar que envolve: Psiquiatra e/ou neurologista,fonoaudiólogo, psicólogo, neuropsicólogo,terapeuta ocupacional, psicopedagogo, além da parceria com a família e a escola.

 

 

Processamento Auditivo Central – PAC

O Processamento Auditivo Central (PAC). É um conjunto de habilidades do Sistema Nervoso Central (SNC), a qual permite o cérebro processar os estímulos auditivos recebidos pelo ouvido.

Falando de uma forma simples, o PAC é o que o cérebro faz com o que ouvimos

Como já citado, o PAC é um conjunto de habilidades auditivas e cada uma delas tem uma grande importância para o desenvolvimento e aprendizagem no decorrer da vida do ser humano.

HABILIDADES AUDITIVAS DO PAC:

  • Atenção;
  • Detecção;
  • Localização;
  • Discriminação;
  • Localização;
  • Figura-fundo;
  • Integração binaural;
  • Separação binaural;
  • Fechamento auditivo;
  • Ordenação temporal.

COMO FUNCIONA O PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Após o som ser detectado pelas células responsáveis pela audição, ele sofre inúmeros processos fisiológicos e cognitivos, para que seja decifrado e compreendido.

Quando ouvimos algo, acontece as seguintes etapas: detecção do som, discriminação do som, reconhecimento, localização da fonte sonora e a compreensão do som. E todas essas habilidades estão ligadas a atenção e memória.

Uma simples desordem de um desses processos, pode fazer com que a pessoa não consigo interpretar ou compreender os estímulos sonoros. Causando um transtorno do processamento auditivo central (TPAC).

 

 

Apraxia de Fala

Seu filho compreende tudo o que você fala, consegue seguir e executar ordens com facilidade, mas na hora que ele tenta falar parece que alguma coisa trava no meio do caminho e nada sai direito? Isso pode ser apraxia de fala.

O que é apraxia de fala

A apraxia de fala pode até parecer um problema de linguagem, mas na verdade é um problema motor. Isso porque a apraxia de fala é um distúrbio neurológico que afeta a execução motora dos sons da fala.

Ou seja, a criança sabe o que quer falar mas na hora de executar os movimentos motores necessários para produzir os sons da palavra ela não consegue, fazendo com que sua fala seja pouca compreendida.

Por se tratar de um diagnóstico pouco conhecido, sobretudo no Brasil, muitas crianças são diagnosticadas erroneamente com algum distúrbio de linguagem ou autismo, resultando em um tratamento inadequado e ineficaz.

Diagnóstico 

Por se tratar de um problema de fala, o fonoaudiólogo é o especialista qualificado para diagnosticar a apraxia de fala, e em alguns casos se faz necessário encaminhar o paciente para outros profissionais, como neuropediatra, terapeutas ocupacionais, entre outros;

Geralmente o paciente é diagnosticado a partir dos 2 anos, isso porque, antes dessa idade a criança não consegue compreender e nem executar os comandos solicitados pelo profissional.

Sintomas

  • São bebês quietos que produzem pouco som;
  • Dificuldade para produzir fonemas (vogais ou consoantes);
  • Trocas constantes na fala;
  • Fala ininteligível ou de difícil compreensão;
  • Pouca melodia de fala, apresentando uma fala monótona;
  • Apresenta dificuldades para fazer movimentos com a boca, como por exemplo, mandar beijo, estalar a língua, fazer bico seguido de sorriso; problemas de mastigação;
  • Frequentemente apresentam dificuldades na execução dos movimentos motores finos, como amarrar sapato, segurar um lápis, abotoar uma camisa ou amarrar um cadarço.

Tratamento

Felizmente, a apraxia de fala tem cura e quanto antes a criança iniciar as terapias, melhor o prognóstico. o tratamento vai de acordo com o grau de severidade, nos casos mais leves possivelmente somente a intervenção fonoaudiológica ajuda, porém, em alguns casos se faz necessário a intervenção multidisciplinar com terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e neuropediatras.