Processo de Leitura

A leitura vai muito além de decodificar códigos e símbolos linguísticos. Na sociedade  a leitura e escrita desempenham um papel fundamental para a comunicação, e está presente em todas as partes. Desde uma marca estampada no rótulo do seu produto preferido, até os livros e jornais que você lê no final do dia.

O processo da leitura e escrita começa a partir do modo em que a criança enxerga o mundo. Quando ela tem contato com livros, textos, rótulos e até mesmo logomarcas. Ela dá início ao processo de decodificação de símbolos. 

Por exemplo: Ao enxergar o símbolo M daquela famosa rede de fast food, a criança já sabe qual lanchonete é mesmo sem saber lê, isso porque, ela associou o símbolo da marca com o seu nome. E isso é processo inicial para aquisição da leitura.

Quando a criança entra na escola, o papel do professor é ensiná-la sobre como funciona o código escrito. Apresentando as letras e os sons das mesmas, para que assim, ela possa desenvolver a capacidade de decodificar e compreender os símbolos linguísticos da sua língua.

O Processo de leitura acontece da seguinte forma:

Leitura – Decodificação – Compreensão – Interpretação.

A primeira coisa que uma pessoa faz ao ler é decodificar as letras, após isso ela agrupa esses símbolos gráficos para compreender o que está escrito e só então ela vai interpretar o que ela leu.

ESTIMULANDO A LEITURA EM CASA

O processo de aprendizagem de leitura requer treino para o seu aprimoramento, e apesar da alfabetização ser iniciada na escola. Os pais podem estimular em casa através de atividades simples durante o dia a dia.

  • Leia sempre que possível para criança e com a criança;
  • Desperte o interesse deixando que ela escolha livro;
  • Reforce com estímulos positivos toda vez que ela tentar ler ou escrever alguma coisa;
  • Brinque de recortar letras e figuras e depois as cole tentado formar palavras;
  • Se reparar que a criança está apresentando dificuldade de aprendizagem converse com o professor e estude a possibilidade de procurar profissionais especializados.

 

Níveis do Desenvolvimento da Escrita

Segundo Emília Ferreiro, uma psicóloga e psicopedagoga argentina que revolucionou a educação. O processo de desenvolvimento da escrita é feita por diferentes níveis/fases, e antes mesmo de entrar na escola a criança já inicia o aprendizado da escrita.

Fases da escrita

  • Pré-Silábico;
  • Silábico;
  • Silábico-alfabético;
  • Alfabético;
  • Ortográfico.

PRÉ SILÁBICO

Nessa fase, a criança começa perceber que a escrita é usada para representar o que falamos, porém ainda não tem consciência da relação do som da fala e a letra a qual aquele som corresponde, ela usa rabisco, desenhos ou letras de forma aleatórias para representar a escrita. Nesse nível, é comum que a criança use muitas letras ou rabiscos para escrever um objeto grande e poucas letras para escrever algo pequeno.

Por exemplo: sofá é um objeto grande, então, ela utiliza muitas letras para escrever sofá. E para escrever formiga, ela escreve poucas letras por se tratar de um inseto pequeno.

 

 

SILÁBICO

Aqui, a criança passa a entender que o fonema (som) é representado por grafema (letra), e compreende que as palavras são compostas por sílabas. Nessa fase a criança usa 1 letra para representar 1 sílaba.

Por exemplo: Cavalo – CVO.

SILÁBICO ALFABÉTICO

Nesse nível a criança começa a entender que uma sílaba tem mais de um som e começa a usar mais de uma letra para escrever a sílaba, porém ainda não domina totalmente e pode “comer” algumas letras.

Por exemplo: Cavalo – Cavlo.

 

 

ALFABÉTICO

Na fase alfabético a criança já tem capacidade de compreender que cada letra é representada por um som e já escreve palavras com todas as sílabas, porém escreve da forma que fala e ocorre bastante erros gráficos.

Por Exemplo: CASA – CAZA; TOMATE – TOMATI

 

ORTOGRÁFICO

Nessa última fase, a escrita passa a ter cada vez menos erros ortográficos e a criança entende que um fonema  pode ser correspondida por mais de uma letra e vice-versa.

Exemplo: CASA se escreve com S mas tem o som de Z.

O Papel do fonoaudiólogo no processo de aquisição da escrita.

O responsável pela alfabetização é o professor, porém, o fonoaudiólogo pode trabalhar com estimulações dos aspectos da linguagem, tanto da fala quanto da escrita, auxiliando  no processo de aprendizagem da escrita.

 

                

 

 

Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC

O Processamento Auditivo Central (PAC). É um conjunto de habilidades do Sistema Nervoso Central (SNC), a qual permite o cérebro processar os estímulos auditivos recebidos pelo ouvido. E quando uma dessas habilidades trabalham de forma desordenada acontece o que chamamos de Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC).

O TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO.

A causa do TPAC pode ser de causas variada, porém, a mais comum é o fator genético e acomete tanto criança quanto adultos. Quando o PAC da pessoa não está funcionando bem, ela apresenta dificuldade na interpretação das informações auditivas, ou seja, a pessoa ouve os sons normalmente, mas tem dificuldade de interpretá-los. Afetando assim, a capacidade do individuo em compreender a fala e até mesmo o processo de aprendizagem.

O TPAC vem acompanhado de vários sintomas, e assim que observados, é importante realizar o exame do processamento auditivo central para verificar se o mesmo apresenta alguma desordem.

Sintomas do TPAC

  • Dificuldade de compreensão, apesar de ter audição normal;
  • Dificuldades em discriminar entre dois ou mais sons;
  • Dificuldade para acompanhar a conversação em ambientes ruidosos;
  • Dificuldade em localizar o som;
  • Dificuldade em aprender músicas e ritmos;
  • Solicitação constante de repetição;
  • Dificuldade em seguir instruções orais;
  • Dificuldades em ler, compreender e soletrar
  • Baixo desempenho acadêmico.
  • Geralmente apresenta atraso na aquisição da fala;

Diagnosticando o TPAC

 A avaliação do processamento auditivo é realizada por uma fonoaudiólogo, que realiza exames de audiometria e imitanciometria para verificar se a pessoa não tem nenhum problemas de acuidade auditiva. Após isso a pessoa é submetida a testes de habilidades auditiva. Esse exame é recomendado para ser feito a partir dos 7 anos.

Tratando o transtorno do processamento auditivo central

O profissional capacitado para tratar o TPAC é o fonoaudiólogo, e a partir do resultado do exame do processamento auditivo central, o profissional vai elaborar terapias voltadas para a adequação das habilidades alteradas. Esse tratamento pode ser feito em cabine acústica ou em campo.

 

 

 

Entendendo o Autismo

O Autismo, é uma condição médica, que afeta o desenvolvimento global da pessoa. O déficit na comunicação, socialização e comportamento são as principais áreas afetadas no autista, porém, cada sujeito tem a sua particularidade. Nos dias atuais sabe-se que não existe apenas um tipo de autismo e sim vários, e,  por essa razão o nome técnico para essa condição é: Transtorno do Espectro Autista (TEA).

QUAL A CAUSA DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Apesar dos constantes estudos, ainda não se sabe ao certo qual é a causa do TEA, entretanto, pesquisas apontam cada vez mais para a genética. Segundo estudo realizado em 2019 os fatores genéticos é o que mais tem se mostrado determinante para a causa do autismo, (é estimado que 97% a 99% dos casos são genéticos, sendo que, 81% é de causa hereditária).

Contudo, alguns estudos mostram que fatores ambientais, como: exposição a toxinas e medicamentos pela mãe durante a gravidez, idade avançada dos pais durante concepção, e complicações no parto e pós parto. podem ter influência significativa.

Sendo assim, podemos dizer que até o momento, estudos apontam que  a causa do autismo é uma combinação de fatores ambientais e genéticos.

TIPOS DE AUTISMO

O manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM, classifica o Transtorno do Espectro Autista em 3 subtipos:

  • Leve – O sujeito apresenta algumas limitações mas tem alta funcionalidade e consegue trabalhar, estudar e ter relacionamentos.
  • Moderado – A pessoa com grau dois tem uma média funcionalidade e precisa de um cuidado mais próximo, pode demonstrar um pouco de dificuldade em atividades do dia-a-dia como tomar banho e se vestir.
  • Severo – Tem baixa funcionalidade e grande dificuldade para se comunicar e realizar atividades comum, é comum que a pessoa com TEA grau 3 precise de apoio especializado pelo longo de sua vida.

SINTOMAS

  • Pouco contato visual, quando bebê não olha para a mãe durante a amamentação
  • Choro ininterrupto e sem motivos aparente;
  • Risada inapropriada;
  • Isolamento social;
  • Brinca de maneira incomum com os brinquedo;
  • Movimentos repetitivos com as mãos, tronco ou cabeça;
  • Hiperfoco com determinados assuntos e/ou objetos (pode gostar muito de carro, dinossauro, números);
  • Agressividade;
  • Empatia;
  • Interesse por objetos giratórios e pode ficar girando em volta de si mesmo;
  • Incômodo com estímulos sonoros;
  • Seletividade alimentar;
  • Atraso na aquisição da fala;
  • Dificuldade para entender piadas e ditados populares;
  • Não lida bem com mudanças de rotina;
  • Pode apresentar problemas de aprendizagem.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

O diagnóstico é feito por um médico Psiquiatra ou Neurologista, apesar de ser feito por análise clínica o médico pode pedir exames de sangue, imagem e entre outros para descartar outras comorbidades.

Quanto mais cedo for feito o diagnóstico melhor o prognóstico do paciente, apesar do TEA não ter cura, o acompanhamento profissional precoce aumenta a qualidade de vida, independência e autonomia da pessoa autista.

O tratamento é feito com um equipe multidisciplinar que envolve: Psiquiatra e/ou neurologista,fonoaudiólogo, psicólogo, neuropsicólogo,terapeuta ocupacional, psicopedagogo, além da parceria com a família e a escola.

 

 

Processamento Auditivo Central – PAC

O Processamento Auditivo Central (PAC). É um conjunto de habilidades do Sistema Nervoso Central (SNC), a qual permite o cérebro processar os estímulos auditivos recebidos pelo ouvido.

Falando de uma forma simples, o PAC é o que o cérebro faz com o que ouvimos

Como já citado, o PAC é um conjunto de habilidades auditivas e cada uma delas tem uma grande importância para o desenvolvimento e aprendizagem no decorrer da vida do ser humano.

HABILIDADES AUDITIVAS DO PAC:

  • Atenção;
  • Detecção;
  • Localização;
  • Discriminação;
  • Localização;
  • Figura-fundo;
  • Integração binaural;
  • Separação binaural;
  • Fechamento auditivo;
  • Ordenação temporal.

COMO FUNCIONA O PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

Após o som ser detectado pelas células responsáveis pela audição, ele sofre inúmeros processos fisiológicos e cognitivos, para que seja decifrado e compreendido.

Quando ouvimos algo, acontece as seguintes etapas: detecção do som, discriminação do som, reconhecimento, localização da fonte sonora e a compreensão do som. E todas essas habilidades estão ligadas a atenção e memória.

Uma simples desordem de um desses processos, pode fazer com que a pessoa não consigo interpretar ou compreender os estímulos sonoros. Causando um transtorno do processamento auditivo central (TPAC).