Como Ajudar a Criança Com Dislexia

Para saber como ajudar a criança com dislexia, primeiro é necessário entender o que é esse transtorno de aprendizagem. A dislexia é uma alteração neurobiológica, que afeta principalmente aspectos relacionado a habilidades de leitura e escrita. Para saber sobre o assunto mais detalhado, leia o artigo “entendendo a dislexia”.

Crianças que sofrem com a dislexia, apresentam diversos dificuldades ao longo de sua vida, principalmente durante a vida escolar. E infelizmente, muitos desses alunos são tachados como preguiçosos, desinteressados, bagunceiros, entre tantos outros adjetivos depreciativos. 

A principal forma de ajudar um disléxico, é fazer o diagnóstico precocemente através de avaliação multidisciplinar: Fonoaudiólogo, psicopedagogo, neurologista e neuropsicólogo. E a partir disso, planejar estratégias específicas para cada caso.

Porém, existem formas de ajudar a criança com dislexia em casa, através de atividades e exercícios facilitadores para a aprendizagem.

Como Ajudar a Criança Com Dislexia

  1. Jogos de Tabuleiro: Disléxicos podem apresentar uma dificuldade da coordenação visual, e os jogos de tabuleiro são perfeitos para estimular essa coordenação
  2.  Caça Palavras: Uma verdadeira ginástica cerebral, o caça palavras ajuda na identificação das sílabas estimula a memória e auxilia na consciência fonológica.
  3. Jogo da Forca: Essa brincadeira antiga, estimula atenção, concentração, memória, e auxilia na leitura e escrita e ainda aumenta o vocabulário.
  4. Recursos Auditivos e Visuais: A pessoa com dislexia apresenta dificuldade em aprender lendo e escrevendo. Usar recursos como: gravador de voz, desenhar o que está aprendendo ou mesmo o apoio de um ledor. Pode facilitar bastante o processo de aprendizagem do disléxico. 
  5.  Ler em Voz Alta: Quando a criança for ler, leia o texto com ela em voz alta primeiro, isso vai ajudá-la a perceber onde ocorre as pausas e a fazer o uso correto das pontuações.
  6. Marcadores de Texto: É comum que a pessoa com dislexia se perca no texto durante a leitura, usar um marcador de texto ou mesmo uma régua para auxiliar em qual linha do texto ela está vai aumentar a habilidade de leitura.
  7. Informações Simples: Entender informações longas pode ser difícil para o disléxico, então quando for explicar algo a ele, tente ser o mais simples possível.
  8. Certifique-se que Houve Compreensão: Quando estudar com a criança, faça perguntas simples relacionada ao conteúdo estudado. Caso ela não consiga responder explique novamente. 
  9. Mude de Estratégia: Geralmente crianças com dificuldade em aprendizagem querem distância do caderno e do lápis, recursos como jogos e app podem ser um bom aliado na hora da alfabetização. Mas lembre-se.Tenha paciência: Alfabetizar uma criança com dislexia pode não ser uma tarefa fácil, mas entenda que a culpa não é da criança, com um pouco de paciência e boas estratégias a alfabetização é possível.

Dislexia

A dislexia é considerado um transtorno de aprendizagem, de origem neurobiológica, que afeta principalmente a habilidade de lidar com as letras. Ou seja, o cérebro, por algum motivo ainda não identificado, tem dificuldade em associar, reconhecer e decodificar os sons da língua.

É importante ressaltar, que a dislexia não tem absolutamente nada haver com deficiência intelectual, inclusive, é comum que algumas pessoas com dislexia apresentam um QI (quoeficiente de inteligência) acima da média.

Como já mencionado, esse transtorno está diretamente ligado à dificuldade de manipular os sons e as letras da nossa língua. Mas o que isso significa? Para conseguir ler e escrever bem, é necessário que a pessoa tenha a habilidade de identificar que textos são formados por frases, que são formadas por palavras, que são formadas por sílabas e que por fim, são formadas por letras.

Na dislexia, esse processo que chamamos de consciência fonológica não está bem estruturado, e como consequência, acaba atrapalhando o processo de alfabetização na leitura e escrita. Apesar da dificuldade em ler e escrever ser a queixa mais conhecida na dislexia, esse transtorno não afeta somente isso.

Sinais de Dislexia:

  • Se dispersa com facilidade;
  • Baixo nível de concentração;
  • Geralmente apresenta atraso na aquisição de fala e linguagem;
  • Dificuldade em brincar de rima;
  • Desenvolvimento motor pode estar atrasado;
  • Não gosta ou tem dificuldade em atividades como quebra cabeça, ou montar blocos;
  • Apresenta dificuldade em aprender letras e números;
  • Na fase escolar, pode ter erros padronizados na escrita, como espelhamento (b-d, p-q) e trocar letras com sons semelhantes (t-d,f-v,s-z);
  • Lentidão para copiar o conteúdo da lousa;
  • Pode ser desorganizado e perder suas coisas com facilidade;
  • Falta de interesse e dificuldade na leitura.

Tipos de Dislexia

Visual:  Pessoas com esse tipo de dislexia, apresentam dificuldades de lateralidade e noção de espaço, e bastante dificuldade da leitura, frequentemente espelha letras e números. (b – d, p – q).

Auditiva ou Fonológica: Nesse tipo de dislexia, a pessoa apresenta dificuldade em associar o fonema (som da letra) com o grafema (desenho da letra). Na dislexia fonológica, também é comum que o indivíduo apresente pouca habilidade em manipular os sons da língua, e como consequência tem dificuldade em trabalhar com rimas, aliteração, ou até mesmo separar uma palavra em partes menores. É comum encontrar erros como: trocar letras com sons parecidos (t-d, p-b, s-z, lh-nh.).

Dislexia Mista: Como o próprio nome sugere, a dislexia mista é quando a pessoa apresenta tanto características da visual como da auditiva/fonológica.

Diagnóstico e Tratamento:

A idade mais adequada para iniciar a investigação sobre qualquer transtorno de aprendizagem é depois dos 7 anos de idade. Quando a criança já estiver inserida em um ambiente escolar. Geralmente a dificuldade é observada pelo professor e junto com a família procuram especialistas: Neuropsicólogo, Psicopedagogo, Fonoaudiólogo. Para fazer a avaliação e se for necessário, começar a intervenção terapêutica. 

A Dislexia não tem cura, mas com tratamento adequado a criança tem total condição de lidar com as dificuldades escolares e seguir em frente na sua jornada.

Como Preparar a Criança Para a Escrita

Que para escrever é necessário o movimento das mãos, todos já sabem. Mas você sabia que o preparo desse controle motor começa bem antes? O artigo de hoje é para falar justamente sobre isso: “Como preparar a criança para desenvolver a escrita”.

Como Preparar a Criança Para e Escrita

O primeiro passo é se certificar que a criança tenha controle sobre o movimento do seu próprio corpo, afinal, antes de ter domínio em segurar o lápis da forma correta é necessário que a pessoa consiga ter equilíbrio de tronco para permanecer sentado.

Segundo: Quando a criança já domina seu próprio corpo, consegue correr, pular, dançar, abaixar e levantar, é necessário estimular o movimento do seu pulso, é esse movimento que irá ajudar ela fazer os traços e desenhos da letras futuramente.

Terceiro: Trabalhar a habilidade motora fina, afinal, ela é essencial para a criança conseguir usar os seus cinco dedinhos para segurar o lápis e fazer movimentos delicados e minuciosos.

Atividades Para Preparar a Criança Para a Escrita.

Brincadeira para trabalhar o fortalecimento muscular e controle corporal

  • Escalar;
  • Pular;
  • Correr;
  • Dançar
  • Passar por debaixo da mesa, pernas e etc;
  • Amarelinha;
  • Pega-pega;
  • Chutar a bola;

Brincadeira para trabalhar a motricidade fina.

  • Passa anel;
  • Massinha de modelar;
  • Amassar papel e tentar formar uma bola;
  • Rasgar papel com as mãos e posteriormente deixar a criança usar a tesoura;
  • Pintar com os dedos e posteriormente com um pincel;
  • Pegar objetos com um prendedor de roupas
  • Abrir e fechar tampa de garrafa pet ou tirar a porca de um parafuso;
  • Fazer furos em um papel e pedir para criança colocar o lápis dentro desses furos.

Agora que você já sabe que antes de pegar o lápis  a criança precisa primeiro brincar,  reserve uma parte do seu dia e brinque com ela. Lembre-se, para que a criança alcance toda sua capacidade para aprender é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas brincadeiras.

Processo de Leitura

A leitura vai muito além de decodificar códigos e símbolos linguísticos. Na sociedade  a leitura e escrita desempenham um papel fundamental para a comunicação, e está presente em todas as partes. Desde uma marca estampada no rótulo do seu produto preferido, até os livros e jornais que você lê no final do dia.

O processo da leitura e escrita começa a partir do modo em que a criança enxerga o mundo. Quando ela tem contato com livros, textos, rótulos e até mesmo logomarcas. Ela dá início ao processo de decodificação de símbolos. 

Por exemplo: Ao enxergar o símbolo M daquela famosa rede de fast food, a criança já sabe qual lanchonete é mesmo sem saber lê, isso porque, ela associou o símbolo da marca com o seu nome. E isso é processo inicial para aquisição da leitura.

Quando a criança entra na escola, o papel do professor é ensiná-la sobre como funciona o código escrito. Apresentando as letras e os sons das mesmas, para que assim, ela possa desenvolver a capacidade de decodificar e compreender os símbolos linguísticos da sua língua.

O Processo de leitura acontece da seguinte forma:

Leitura – Decodificação – Compreensão – Interpretação.

A primeira coisa que uma pessoa faz ao ler é decodificar as letras, após isso ela agrupa esses símbolos gráficos para compreender o que está escrito e só então ela vai interpretar o que ela leu.

ESTIMULANDO A LEITURA EM CASA

O processo de aprendizagem de leitura requer treino para o seu aprimoramento, e apesar da alfabetização ser iniciada na escola. Os pais podem estimular em casa através de atividades simples durante o dia a dia.

  • Leia sempre que possível para criança e com a criança;
  • Desperte o interesse deixando que ela escolha livro;
  • Reforce com estímulos positivos toda vez que ela tentar ler ou escrever alguma coisa;
  • Brinque de recortar letras e figuras e depois as cole tentado formar palavras;
  • Se reparar que a criança está apresentando dificuldade de aprendizagem converse com o professor e estude a possibilidade de procurar profissionais especializados.

 

Níveis do Desenvolvimento da Escrita

Segundo Emília Ferreiro, uma psicóloga e psicopedagoga argentina que revolucionou a educação. O processo de desenvolvimento da escrita é feita por diferentes níveis/fases, e antes mesmo de entrar na escola a criança já inicia o aprendizado da escrita.

Fases da escrita

  • Pré-Silábico;
  • Silábico;
  • Silábico-alfabético;
  • Alfabético;
  • Ortográfico.

PRÉ SILÁBICO

Nessa fase, a criança começa perceber que a escrita é usada para representar o que falamos, porém ainda não tem consciência da relação do som da fala e a letra a qual aquele som corresponde, ela usa rabisco, desenhos ou letras de forma aleatórias para representar a escrita. Nesse nível, é comum que a criança use muitas letras ou rabiscos para escrever um objeto grande e poucas letras para escrever algo pequeno.

Por exemplo: sofá é um objeto grande, então, ela utiliza muitas letras para escrever sofá. E para escrever formiga, ela escreve poucas letras por se tratar de um inseto pequeno.

 

 

SILÁBICO

Aqui, a criança passa a entender que o fonema (som) é representado por grafema (letra), e compreende que as palavras são compostas por sílabas. Nessa fase a criança usa 1 letra para representar 1 sílaba.

Por exemplo: Cavalo – CVO.

SILÁBICO ALFABÉTICO

Nesse nível a criança começa a entender que uma sílaba tem mais de um som e começa a usar mais de uma letra para escrever a sílaba, porém ainda não domina totalmente e pode “comer” algumas letras.

Por exemplo: Cavalo – Cavlo.

 

 

ALFABÉTICO

Na fase alfabético a criança já tem capacidade de compreender que cada letra é representada por um som e já escreve palavras com todas as sílabas, porém escreve da forma que fala e ocorre bastante erros gráficos.

Por Exemplo: CASA – CAZA; TOMATE – TOMATI

 

ORTOGRÁFICO

Nessa última fase, a escrita passa a ter cada vez menos erros ortográficos e a criança entende que um fonema  pode ser correspondida por mais de uma letra e vice-versa.

Exemplo: CASA se escreve com S mas tem o som de Z.

O Papel do fonoaudiólogo no processo de aquisição da escrita.

O responsável pela alfabetização é o professor, porém, o fonoaudiólogo pode trabalhar com estimulações dos aspectos da linguagem, tanto da fala quanto da escrita, auxiliando  no processo de aprendizagem da escrita.