Neuroplasticidade Cerebral e a Fonoaudiologia

A neuroplasticidade cerebral, também conhecida como plasticidade neuronal. É a capacidade que o cérebro tem em se adaptar de acordo com as mudanças e estímulos a qual ele recebe. Ou seja, ele muda de acordo com as experiências vivenciadas e a forma como é usado. Mas, o que a neuroplasticidade tem haver com a fonoaudiologia?

A resposta para essa pergunta é simples. Tem TUDO haver. se formos levar em consideração que a fonoaudiologia trabalha com a habilitação e reabilitação nas áreas de: Comunicação, audição, motricidade oral, voz, mastigação e deglutição. A capacidade de readaptação do cérebro é extremamente importante para o tratamento eficaz da terapia.

Para exemplificar como isso funciona, imagine uma pessoa que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral). E como sequelas, o paciente fica com dificuldades em fazer os movimentos correto para formar palavras. Se o cérebro desse paciente não tivesse a capacidade de readaptação, qualquer intervenção terapêutica seria inútil para esse paciente.

Como a Fonoaudiologia Trabalha com a Neuroplasticidade Cerebral?

Após ocorrer uma lesão, são elaboradas estratégias terapêuticas para fazer com que a função que o paciente perdeu seja restabelecida, caso a lesão seja muito grande, o profissional vai trabalhar para que o paciente seja capaz de usar outros recursos de acordo com as funções que não foram prejudicadas pela lesão.

É importante ressaltar, que quanto antes o paciente dar início às intervenções, mais eficaz será seu tratamento. Alguns estudos mostram que a maior ativação de plasticidade neuronal do cérebro é nos 3 primeiros meses após lesão. Ou seja, depois desse tempo, o cérebro vai demorar mais tempo responder aos estímulos.

Como Melhorar a Plasticidade Neuronal

Como tudo nessa vida, tudo que se treina regularmente fica mais fácil e mais forte. E com neuroplasticidade neuronal não é diferente. Os primeiros dois anos de vida de uma pessoa, é onde ocorrem a maior conexão neuronal. Isso acontece porque a criança está em constante aprendizado, e qualquer estímulo é uma nova informação.

Quanto mais velho ficamos, menos conexões novas nosso cérebro faz, e isso está diretamente ligado ao fato de recebermos menos estímulos do que quando éramos crianças. Então a melhor forma de manter a nossa plasticidade neuronal é treinando nosso cérebro. E como fazemos isso? Inserindo novos estímulos regularmente no seu dia-a-dia.

Dicas Para Trabalhar a Neuroplasticidade Neuronal.

  • Ginástica cerebral: Jogos como: Sudoku, caça-palavras, quebra-cabeça, exercícios de lógica, leitura;
  • Aprenda coisas novas: Aprender uma nova língua, uma receita nova de bolo, aprender a dirigir, pilotar uma moto, velejar, construir uma horta, tocar um instrumento. Qualquer nova habilidade adquirida serve;
  • Mudar o caminho: Pegue um dia da semana e escolha fazer um caminho diferente para o trabalho ou quando estiver indo a escola ou faculdade;
  • Novas experiências: Se de a oportunidade de conhecer coisas novas, viajar para um lugar que nunca foi antes, escolher um prato diferente do que você está acostumado ou então mudar um pouco o estilo de filme que você está acostumado a assistir;
  • Alimente-se bem e faça exercícios regularmente: Uma boa alimentação e um corpo em movimento é a melhor e mais eficaz fonte da juventude já estudada;
  • Durma bem: Uma boa noite de sono é importante para o cérebro descansar e absorver os novos conhecimentos adquiridos durante o dia.

 

Estudos mostram que pessoas que sofreram algum tipo de lesão cerebral, mas tiveram uma vida saudável anteriormente e sempre exercitaram seu cérebro, se recuperaram mais rápido. Então a palavra de ordem desse artigo é PREVENÇÃO. Cuide da sua saúde e faça boas escolhas.

Perda Auditiva Nos Jovens

Quando falamos em perda auditiva, geralmente associamos as pessoas mais velhas. Afinal de contas, é comum que com o decorrer dos anos, as células do ouvido vão se deteriorando e com isso ocorre a presbiacusia (diminuição auditiva relacionada ao envelhecimento). Porém, a cada dia que passa, é mais comum encontrar jovens com perda auditiva. 

Estima-se que 1 a cada 5 jovens nos dias atuais apresentam algum grau de perda auditiva. Segundo o Organização Mundial de Saúde, estima-se que 1,1 bilhão de jovens (com idades entre 12 e 35 anos) correm risco de perda auditiva.

Causas da Perda Auditiva no Jovem.

A perda auditiva pode ser gerada por vários fatores:

Doenças Congênita: Doenças adquiridas pela mãe durante a gestação (como rubéola e Sífilis), baixo peso no nascimento, icterícia grave ao nascimento e uso de medicações ototóxicas pela mãe durante a gravidez.

Causas adquiridas: Doenças infecciosas (como o sarampo, meningite, caxumba), infecções crônicas no ouvido, lesão ou tumores na cabeça ou no ouvido, envelhecimento, e a exposição ao ruído.

Apesar das causas para apresentar uma diminuição auditiva serem várias, a OMS indica que 60% dos casos de perda auditiva em jovens poderiam ser prevenidos. Já que estudos apontam que o maior vilão auditivo da população mais jovem é a exposição ao ruído devido ao uso excessivo do fone de ouvido. 

Impactos Emocionais e Sociais 

A dificuldade em não ouvir outro, não conseguir assistir um filme ou série, ou manter uma conversa em um lugar que contenha um pouco mais de ruído de fundo. Gera na pessoa um distanciamento social. Por isso, não é incomum encontrar pessoas que nasceram com a audição normal e que perderam gradativamente a audição apresentarem depressão ou transtorno de ansiedade devido a diminuição da acuidade auditiva.

Como Prevenir a Perda Auditiva Induzida Por Ruído

Se você trabalha em ambientes ruidosos, como empresas automotivas, serralheria, obras, e entre outros, faça o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Pessoas que trabalham com o uso de fones Headset, como os profissionais de telemarketing, façam audiometrias regulares e.

Para quem não dispensa o uso do fone de ouvido para ouvir músicas ou assistir filmes e séries. É necessário seguri algumas recomendações:

  1. Não ultrapasse a metade do volume máximo permitido pelo aparelho;
  2. o uso máximo de 4 horas diárias, dando um intervalo de 1 hora de uso após as duas primeiras horas. Se o volume do aparelho estiver no máximo esse tempo de uso diário é REDUZIDO para 1 hora por dia;
  3. Opte por fone de ouvido em concha e que tenha um bom isolamento do ruído externo. Isso evita a necessidade de aumentar o volume do aparelho.

Identificando a Perda Auditiva

Quanto mais cedo detectar a perda auditiva, melhor o prognóstico e tratamento, para isso é extremamente importante fazer o exame de audiometria regularmente com o fonoaudiólogo. Caso o exame apresente alguma alteração o profissional vai avaliar o caso e indicar o melhor tratamento.

Dislexia

A dislexia é considerado um transtorno de aprendizagem, de origem neurobiológica, que afeta principalmente a habilidade de lidar com as letras. Ou seja, o cérebro, por algum motivo ainda não identificado, tem dificuldade em associar, reconhecer e decodificar os sons da língua.

É importante ressaltar, que a dislexia não tem absolutamente nada haver com deficiência intelectual, inclusive, é comum que algumas pessoas com dislexia apresentam um QI (quoeficiente de inteligência) acima da média.

Como já mencionado, esse transtorno está diretamente ligado à dificuldade de manipular os sons e as letras da nossa língua. Mas o que isso significa? Para conseguir ler e escrever bem, é necessário que a pessoa tenha a habilidade de identificar que textos são formados por frases, que são formadas por palavras, que são formadas por sílabas e que por fim, são formadas por letras.

Na dislexia, esse processo que chamamos de consciência fonológica não está bem estruturado, e como consequência, acaba atrapalhando o processo de alfabetização na leitura e escrita. Apesar da dificuldade em ler e escrever ser a queixa mais conhecida na dislexia, esse transtorno não afeta somente isso.

Sinais de Dislexia:

  • Se dispersa com facilidade;
  • Baixo nível de concentração;
  • Geralmente apresenta atraso na aquisição de fala e linguagem;
  • Dificuldade em brincar de rima;
  • Desenvolvimento motor pode estar atrasado;
  • Não gosta ou tem dificuldade em atividades como quebra cabeça, ou montar blocos;
  • Apresenta dificuldade em aprender letras e números;
  • Na fase escolar, pode ter erros padronizados na escrita, como espelhamento (b-d, p-q) e trocar letras com sons semelhantes (t-d,f-v,s-z);
  • Lentidão para copiar o conteúdo da lousa;
  • Pode ser desorganizado e perder suas coisas com facilidade;
  • Falta de interesse e dificuldade na leitura.

Tipos de Dislexia

Visual:  Pessoas com esse tipo de dislexia, apresentam dificuldades de lateralidade e noção de espaço, e bastante dificuldade da leitura, frequentemente espelha letras e números. (b – d, p – q).

Auditiva ou Fonológica: Nesse tipo de dislexia, a pessoa apresenta dificuldade em associar o fonema (som da letra) com o grafema (desenho da letra). Na dislexia fonológica, também é comum que o indivíduo apresente pouca habilidade em manipular os sons da língua, e como consequência tem dificuldade em trabalhar com rimas, aliteração, ou até mesmo separar uma palavra em partes menores. É comum encontrar erros como: trocar letras com sons parecidos (t-d, p-b, s-z, lh-nh.).

Dislexia Mista: Como o próprio nome sugere, a dislexia mista é quando a pessoa apresenta tanto características da visual como da auditiva/fonológica.

Diagnóstico e Tratamento:

A idade mais adequada para iniciar a investigação sobre qualquer transtorno de aprendizagem é depois dos 7 anos de idade. Quando a criança já estiver inserida em um ambiente escolar. Geralmente a dificuldade é observada pelo professor e junto com a família procuram especialistas: Neuropsicólogo, Psicopedagogo, Fonoaudiólogo. Para fazer a avaliação e se for necessário, começar a intervenção terapêutica. 

A Dislexia não tem cura, mas com tratamento adequado a criança tem total condição de lidar com as dificuldades escolares e seguir em frente na sua jornada.